MUDAR POR MUDAR ?

Concordo com Freitas do Amaral quando afirma estar Portugal a viver uma situação gravíssima que, contudo, não comparo às que historicamente refere porque é completamente diferente!

Também concordo que não deve o Presidente da República promover eleições antecipadas porque, se antes das eleições na Alemanha no próximo Setembro, “o novo governo teria de cumprir o que está”.

Deduzo disto que Freitas diz que estamos a seguir a política que nos é imposta pela Alemanha, o que para mim não é novidade, porque a força financeira é a daquele país ao qual nem Hollande conseguiu impor-se como nas eleições prometera! Também ele deve estar à espera do que em Setembro aconteça...

É óbvio que Freitas do Amaral, tanto pela sua formação jurídica como pela sua experiência política, é pessoa cujas opiniões são escutadas com atenção. Por isso os jornais o requisitam para dizer o que pensa. E deve dizer. Mas também os leitores o devem ler com a atenção crítica que qualquer opinião merece, em vez da aceitação incondicional que certas sumidades parecem merecer.

E a minha questão é: se um novo governo, antes das eleições alemãs teria de fazer o mesmo que o actual governo faz, porque substituir este depois daquelas eleições se, então, poderá passar a fazer diferente (pelos vistos melhor) depois do que as eleições alemãs ditarem, evitando a situação inconveniente que um período de eleições gerais teria e todos os perigos e custos que acarreta?
Quase me parece que Freitas do Amaral acaba de justificar as razões pelas quais este governo faz aquilo por que é criticado! Demiti-lo por isso seria como que demiti-lo por conta de outrém, o que não faz o menor sentido.

Será uma proposta de mudar por mudar ou é a sua “veia neo-socialista” a manifestar-se?