ACORDO ORTOGRÁFICO

O autor dos textos deste jornal declara que NÃO aderiu ao Acordo Ortográfico e, por isso, continua a adoptar o anterior modo de escrever.

quarta-feira, 31 de julho de 2013

FIGURAS… TRISTES


Não é apenas entre partidos que os desentendimentos egoístas acontecem porque não são, apenas, os partidos que disputam o poder. As pessoas também o disputam e têm estratégias próprias para o alcançar.
Multiplicam-se as provas dos confrontos dentro dos partidos, nos quais, para além de uma certa pluralidade saudável que um ideal comum concerta, são cada vez mais evidentes diferenças mais profundas que, até, insanáveis me parecem.
São confrontos, questões que nos partidos marginais ao poder não são importantes porque, sobre eles, prevalece, ainda, o desejo de o atingir. Depois, tal como para lá da quase esquecida “cortina de ferro”, as coisas modificam-se e a guerra assume proporções trágicas.
No PS, desde muito cedo se notaram as diferenças que, entre as franjas extremas, sempre foram grandes e foram crescendo ao longo do tempo. No presente, sobretudo depois do “consulado” de Sócrates, tudo ficou mais claro. Soares e Alegre defrontaram-se em eleições que evidenciaram bem a fractura existente, ou apenas uma delas, pois Seguro e outros tiveram alguns actos de rebeldia política que fazia crer que outra fractura existiria.
Hoje, perante as necessidades de cooperação de um país debilitado que esperava mais de um PS consciente, a principal fractura deslocou-se por força de uma combinação de forças Soares/Alegre que impediram Seguro de fazer o que o bom senso, apesar das suas ambições pessoais, lhe propunha. A ameaça de cisão amedrontou-o porque o deixaria sem um partido significativo que o pudesse tornar, um dia, o Primeiro-Ministro que ambiciona ser.
No PSD, embora diferentes, as lutas intestinas também acontecem. Depois do tempo do “barões” cuja lealdade arrefeceu depois de destronados, outros apareceram com iguais ambições de poder que, por esta circunstância ou por aquela, lhes foi fugindo.
Mas o fogo larvar da ambição nunca se apaga de vez, como o prova Rui Rio que vai terminar as suas funções de Presidente da Câmara do Porto e já prepara a sua entrada em outra cena que o encaminhe até à presidência do seu partido. Mas dizer mal, publicamente, de um “companheiro de partido” que lhe poderá suceder e recriminar grosseiramente o Primeiro-Ministro e Presidente do PSD pela escolha da Ministra das Finanças que, segundo ele, jamais o seria num país civilizado, são atitudes de ganância política que só podem granjear-lhe maus resultados. Pelo menos é o que sucede nos países evoluídos…

O SUPER MINISTÉRIO DE MOREIRA DA SILVA

Quando esta “nova economia” se instalou, logo os problemas graves de degradação ambiental começaram.
Era por demais evidente como os resíduos das indústrias que cresciam a olhos vistos conspurcavam tudo por toda a parte. Nos rios, onde eram lançados os esgotos sem qualquer tratamento e nos campos, onde se empilhavam, ao ar livre, os resíduos sólidos, a poluição tomava proporções excessivas que, ao fim de algum tempo, deu lugar a reclamações que foram crescendo.
Os maiores centros urbano-industriais cresceram, alguns alcançando proporções gigantescas, como era o caso de Londres e de outras cidades na Grâ-Bretanha, onde a “revolução industrial” teve o seu início.
Em Londres, o maior agregado populacional do mundo já com muitos milhões de habitante, os problemas sanitários, visíveis nas ruas da cidade transformadas em autênticas cloacas, constituiam enorme risco para a saúde dos seus habitantes. As águas do Rio Tamisa rapidamente expulsaram os peixes que nelas viviam porque se tornaram quase opacas e sem oxigénio, enquanto as chaminés lançavam na atmosfera os abundantes fumos que os processos industriais produziam, sobretudo resultantes da queima intensiva de carvão.
Misturados com a humidade atmosférica, muito elevada em certas épocas do ano, os fumos geraram um fenómeno novo, o “smog” (contracção de SMoke e fOG), uma mistura de fumo e nevoeiro que causava gravíssimos problemas respiratórios e, por isso, afastava os forasteiros da cidade. Ainda me lembro do incómodo que causava e de como era desagradável de respirar.
Tão grave se tornou a situação que o lema “poluição ou miséria” de que os políticos fizeram a bandeira do crecimento económico, não conseguiu continuar a ser a alternativa que sustentava o “progresso”, porque era um atentado grosseiro e desumano à vida dos habitantes da cidade!
Tenho a certeza de que pouca gente já saberá deste problema que obrigou o governo inglês a tomar medidas muito severas para reverter a situação e hoje nem sequer já existem por lá as índústrias que o “mundo desenvolvido” foi exportando para países do Terceiro Mundo que, em troca do “progresso” que lhe traziam, as aceitavam, agradecidos.
Era uma forma de resolver problemas a sua transferência para outros lados, como continua a ser com os chamados resíduos perigosos e com profundas degradações ambientais que transformam extensas áreas, outrora calmas e belas, em verdadeiros infernos, como a exploração de petróleo fez na Nigéria, como o abate intensivo de árvores faz às florestas húmidas e a subida da temperatura faz em tantos lugares da terra!
Foram os governos adoptando alguns procedimentos que disfarçavam, como podiam, estas situações, iludindo os povos mas não lhes poupando a saúde, sobretudo por acção de movimentos ecologistas cuja força foi crescendo ao ponto de se tornarem “forças políticas” que acabaram por se infiltrar nos parlamentos.
Eram “os verdes”, para quem a desfesa do ambiente era sagrada.
Mas, acomodados, uns quase já despareceram e outros mantêem-se quais lapas agarradas a outras forças que deles se servem, tornando-se partidos parasitas e sem um programa de luta contra as agressões ambientais que, pelos vistos, passaram a ignorar.
Mas a degradação ambiental foi tomando aspectos cada vez mais originais e sofisticados, dela resultando problemas novos que ningúem parece valorozar ou talvez ignorem apenas porque são causados por uma economia defendida ao transe, mesmo sabendo-se que está a matar o ambiente e a criar sérios problemas de saúde.
E o falso dilema que “os verdes” deveriam denunciar e fazer a base da sua luta pelo futuro da Humanidade, ameaçada por problemas ambientais que terão mudado um pouco de aspecto, mas se continuam em formas mais discretas mas igualmente ou, mesmo até, cada vez mais perigosas, continua.
No governo remodelado de Passos Coelho há, agora, um Ministro do Ambiente, do Ordenamento do Território e da Energia.
Se a ideia era acabar com os ingeríveis super ministérios, que haveremos de dizer deste que abarca três domínios da maior importância, cada qual um mundo em que por ordem e tomar decisões muito sérias é indispensável para um futuro melhor?
E "os Verdes", lá continuam na AR como bengala do PCP, sem que sejam capazes de enfrentar um problema demasiadamente sério para tratar em discursos esganiçados ou desdenhar com sorrisos cínicos.

terça-feira, 30 de julho de 2013

AFINAL QUEM MENTIU?

Sou, por formação, muito curioso e, por isso, tive de assistir á interpelação da Ministra das Finanças num Comissão da AR sobre as swap.
E fiz bem porque aprendi ou confirmei algumas coisas.
Em primeiro lugar aprendi, porque a Ministra explicou, o que são “swap” na sua forma básica, mas fiquei a saber, também, que os contratos swap podem assumir maiores complexidades e, ainda por cima, em conformidade com a Lei inglesa! Assim, aprendi um pouco sobre o que ainda continuo a não conhecer bem. Valeu a pena.
Depois, confirmei que os deputados (senão todos, pelo menos a grande maioria) não percebem grande coisa de muitos dos assuntos de que tratam, mas que, mesmo assim e com base em informações genéricas e incompletas, são demasiado lestos nos juízos que fazem e deturpam no sentido que mais lhes convém, como é próprio do parlamentarismo!
Embora pouco versado nestas coisas de contabilidades que sempre me causaram uma certa repugnância, talvez pelo tipo de raciocínio que exigem e é, essencialmente, diferente daquela a que estou habituado, fui capaz de entender o que a Ministra explicou e pude reconhecer a ignorância ridícula e maldosa dos que pensaram que iriam encravá-la nas explicações que, suporiam eles, não teria para dar.
Não é a primeira vez que tal posso verificar e se não posso exigir dos que dizem representar-me, na AR, que sejam peritos em todas as matérias, tenho a certeza do meu direito de esperar deles a rectidão intelectual que não confunda os cidadãos.
Até uma inquirição bem ao modo dos julgamentos americanos aconteceu, a qual solicitava respostas de sim ou não, com a mesma orientação e intenção que aqueles têm e que é, naturalmente, criar a sensação que convém a quem inquere. Degradante!
É mesmo muito má a qualidade desta oposição à qual cabem muitas das culpas de erros que se atribuem ao Governo. E seria bom que, por influência da oposição tivéssemos um governo melhor.
Porque não havemos de esperar dos políticos que SEJAM SÉRIOS? Se o não conseguem ser… que se vão embora!

HÁ DIAS PARA TUDO… MESMO PARA A AMIZADE!


Àparte as razões comerciais que ditam estas iniciativas que sempre sugerem um regalo qualquer a quem é homenageado, estes “dias especiais”, como este incaracterizado dia da amizade, acabam por ter algum proveito porque nos fazem lembrar de alguém, mesmo alguém de quem nos não recordávamos há algum tempo, ao contrário de outros que nunca se afastam do nosso coração ou do nosso pensamento.
Neste dia da amizade cabe quem nós quisermos, desde aqueles amigos a quem somos capazes de contar os nossos segredos mais íntimos até aos que, por uma razão qualquer, um dia, num arrufo sem sentido ou por motivos que então julgámos importantes, colocámos na lista dos que prometemos nunca mais olhar a cara!
Sempre me disseram e a vida me mostrou que os verdadeiros amigos, os que se preocupam connosco, são raros, por vezes não os conhecemos bem e nem sempre são os que julgávamos que fossem. 
Verdadeiros amigos são os que aparecem quando em precisamos deles e na altura certa que é quando precisamos que alguém acredite em nós, nos diga que estão connosco para o que for preciso. São pessoas muito especiais, sem as quais a nossa vida não faria grande sentido.
Os outros, aqueles do dia a dia, com quem nos encontramos no cinema, no café ou na esplanada, são aqueles com quem passamos tempo, trocamos ideias, nos rimos de piadas e outras coisas mais, raramente são os que nos ampararão naqueles momentos em que escorregamos e até podemos cair. Mas são importantes na nossa vida também.
Por isso, a todos os meus “AMIGOS”, mesmo àqueles que, por vezes, apenas me dizem olá, eu envio hoje um muito obrigado.
Mas quero aproveitar este dia da amizade para, muito particularmente, aqui deixar duas mensagens profundamente sentidas:
- Agradecer aos meus verdadeiros amigos, do fundo do coração, a amizade que me dedicam. Não os nomeio porque são eles os únicos que podem saber que o são. Para eles, a minha eterna gratidão.
- A todos a quem qualquer atitude minha possa ter desagradado, pedir que relevem o meu erro pois, numa vida que por mais longa que seja será sempre curta, não há lugar para a inimizade.

NEGÓCIOS DE BARRACA DE FEIRA

Parece que esta questão das swap não vão passar à História tão cedo. Nem pode, porque tudo o que puder distrair as atenções da miserável governação Sócrates, durante a qual os gestores de diversas empresas públicas fizeram esses milagrosos contratos que os engodaram com uns ganhos iniciais que, depois, perderam em triplo, é uma boa manobra de diversão com vários objectivos. Pretende desestabilizar o Governo, coloca o ónus das perdas com tais contratos sobre a Ministra da Finanças e, portanto, no actual governo também, além de juntar mais um motivo às razões pelas quais o governo de ve ser demitido.
Mas quando o Presidente do Tribunal de Contas afirma que, em 2008, havia hamado a atenção do Governo (de Sócrates), para o mau investimento que esses contratos representavam.
No semanário o SOL, numa entrevista de Guilherme de Oliveira Matins, presidente do TdC, pode ler-se “O presidente do Tribunal de Contas (TdC), Guilherme d'Oliveira Martins, disse que a instituição já tinha alertado em 2008 para os maus investimentos com os 'swaps', salientando que os gestores públicos têm de ser responsabilizados.
Também foi essa a opinião do ex-Ministro das Finanças de Sócrates, Campos e Cunha (ver AS SWAP E O PAC IV... OUTRA VEZ) que afirmou que tai contratos eram da responsabilidade desses gestores e de alguns responsáveis políticos!
Perante estes factos, denunciados por pessoas que merecem o crédito que deriva da informação que analisaram em tempo oportuno, deveriam ser bastantes para que os esforços de esclarecimento se centrassem onde deveriam centrar-se e não desse lugar a esta cena deplorável de pedir a cabeça de uma ministra que diz não ter tido informação bastante sobre tais contratos, mas que a oposição afirma que a tinha.
Mas para mim a questão de fundo continua a ser a mesma. Por que razão uma questão que nem deveria ter existido porque o Ministro Teixeira dos Santos a deveria ter resolvido oportunamente, faria parte do “dossier” que passou ao seu sucessor Vitor Gaspar?
Mas os nossos políticos gostam de por as coisas ao contrário ou não têm a inteligência bastante para evitar que sejam cometidos erros como estes?
É a ambição desmedida que nos arrasta para estes insucessos.
E lembro-me de um ensinamento que tive do meu pai quando não reria mais de uns 12 anos.
Numa feira lá na terra havia, como era hábito, a barraca das panelas onde trens de cozinha brilhantes mas de péssima qualidade chamavam a atenção de muita gente. A minha irmã resolveu aplicar os "vinte e cinco tostões" que tinha a jogar naquela barraca e saiu-lhe um tacho! Julgando-se com sorte correu a casa e pediu ao pai mais algum dinheiro para continuar a jogar, aproveitando a maré de sorte em que julgava estar. O meu pai deu-lhe mais dinheiro mas avisou: por vinte e cinco tostões conseguiste um tacho de má qualidade mas que, apesar de tudo, vale um pouco mais. Mas se continuares a jogar verás que essa porcaria de tacho acabará por ficar muito caro, mais caro do que um de boa qualidade! E ficou! Era o bom senso e a experiência de vida a falar, assim como foi a oportunidade de dar uma lição.
Era, afinal, uma questão simples, da mesma natureza destas swap que tanto estrilho estão a dar. Sobre eles estou certo de que o meu pai diria o mesmo que disse à minha irmã....
Será que a Assembleia da República não serve para mais nada senão para se ocupar destas tricas?
Como do resto não entendem nada, mas nada, refugiam-se os nossos representantes nestas coisas menores e ridículas, fazem estas guerrilhas de xaxa, para não podermos dizer que não fazem nada!

segunda-feira, 29 de julho de 2013

SEM UNIÃO NÃO HÁ FORÇA

Quando, em tempos de por em prática o velho ditado de que “a união faz a força”, todos podemos ver, em vez disso, actos de fragilização que só podem tornar-nos ainda mais vulneráveis aos riscos de um fim de ciclo de comportamentos cuja prática as condições naturais inviabilizam cada vez mais, será o momento de procurar esclarecer as razões destes comportamentos auto flagelantes que não são, de todo, manifestações de inteligência.
Ainda que a todos assista o direito constitucional de fazer o que fazem, sejam greves, manifestações, discussões, pedidos de demissão do governo ou de ministros, distorção de factos ou a sua apreciação tendenciosa, não me parece que estejam a fazer o melhor para Portugal quando, em vez do confronto são de ideias que faz avançar o saber e encontrar soluções, se prefere a truculência verbal ilusória a que podemos assistir na Assembleia da República e o modo de informar e de noticiar sem cuidado ou com intenções diferentes das da isenção política que a comunicação social deveria ter.
Se estamos a fazer como é permitido fazer, porque a Constituição e a Democracia o consentem, mas não bate certo, se a Constituição pode impedir o que a dura realidade impõe que se seja feito e a Democracia deixou de ser o garante infalível de soluções que muitos ainda dizem que é, parece-me ser tempo de as ajustar a uma realidade que já muito pouco tem a ver com aquela que as inspirou, antes que sejam totalmente desacreditadas e, porventura, substituídas por algum regime que ampute os verdadeiros direitos de pessoas livres que desejamos ser.
Todos sabemos como é difícil desfazer hábitos e preconceitos que um longo tempo fortaleceu, mas será ainda mais difícil suportar as consequências da casmurrice de não querer ver, a tempo, aquilo que, a cada dia, se torna mais óbvio que teremos de fazer.
As coisas acontecem a um ritmo que se não compadece com aquele que certos interesses impõem e, assim, em vez de minorar os efeitos de uma crise europeia que se poderia ter confinado a uma pequena economia como a grega, num acto de solidariedade que resolvesse o seu problema, se tornou numa epidemia que, aos poucos mas seguramente, vai atingindo todos os países e já pouco distante estará de quem tem marcado estes ritmos ao sabor das suas conveniências, a Alemanha.
Também na Europa a que chamamos União Europeia, a desunião a enfraquece porque, tal como em Portugal, os interesses globais não conseguem sobrepor-se aos que são de cada um, dos partidos, dos países, dos focos de pressão a quem o presente tira a visão do futuro que, assim, não vêem que vai ficando mais negro.
Dizem que, depois de Setembro, mês das eleições na dominadora economia alemã, muitas coisas poderão mudar na forma de enfrentar a situação que se vai tornando incontrolável em toda a Europa.
Não sei se será assim ou não, mas fica, ainda, o resto do mundo onde as coisas também não correm de feição por via desta crise global que a todos furou as contas!
Talvez que a “tabuada” básica destas contas complicadas da Economia consumista que a Natureza já não suporta, tenha de ser revista, reinventada até, para que volte a bater certo.

domingo, 28 de julho de 2013

AS SWAP E O PAC IV … OUTRA VEZ!

Campos e Cunha foi aquele Ministro das Finanças que não aguentou muito tempo a política desastrada de Sócrates. Na altura, como quase sempre acontece nestes casos, a sua demissão foi atribuída a motivos pessoais o que, deveras, não deixa de ser verdade, mesmo quando a razão é aquela que comecei por apontar e foi a que, na altura, me pareceu ser.
Por aquilo de que me tenho apercebido, Campos e Cunha é um homem discreto e ponderado, características que permitem ver as coisas sem euforias e sem precipitações, assim como estar atento ao que podem ser as consequências do que se pense fazer.
Com tudo isto quero dizer que Campos e Cunha é uma personalidade que aprecio e, em consequência, a cujas opiniões presto atenção. Por isso hoje aqui sublinho afirmações que fez e o DN de hoje publica, sobre questões que eu aqui já abordei.
A primeira diz respeito às tão famosas “swap”, sobre as quais afirma: "foram contratados fundamentalmente durante o Governo anterior e são esses gestores das empresas públicas e alguns responsáveis políticos os primeiros responsáveis".
O alarido que agora sobre elas se faz não pretende, pois, mais do que esfumar esta verdade, transferindo as culpas para quem mais convém que pareça te-las, o actual Governo, fazendo de tudo o que posteriormente se tenha passado, uma análise e um julgameto apressado, por isso pouco fiável, do que resulta uma “condenação” sumária da Ministra das Finanças. E como é normal que aconteça, lá correm os adeptos do regresso ao passado e ao crescimento económico a todo o custo atrás das bocas que se digam ao jeito de “um diz mata e outro esfola”.
Depois, Campos e Cunha refere-se ao há pouco tempo relembrado PAC IV que, dizem os socialistas sedentos de poder, que teria evitado o resgate que Sócrates não teve senão de pedir.
Diz o ex-Ministro que: "O PEC IV era um embuste. O espetáculo que criou foi uma boa desculpa para Sócrates evitar o dilúvio que iria acontecer dois dias depois com os resultados das finanças públicas relativos a 2010."
O “dilúvio” a que se refere Campos e Cunha não foi evitado. Aconteceu e, qual tsunami, varreu tudo à sua frente, deixando em cacos as finanças e a economia nacionais. Ainda hoje limpamos os estragos e tentamos recuperar o que perdemos, no que a Europa e o mundo não ajudam porque mal podem com os seus problemas também.
Veio o sucessor de campos e Cunha, Teixeira dos Santos, dar aquela entrevista que, diz que por decoro, ainda não tinha dado.
Esperei demais de quem não teve capacidade senão para parir um ratinho! Foi a entrevista da vergonha, sem dúvida concedida em momento criteriosamente escolhido e integrada no coro socialista de mentiras e de ilusões que, em vez de ajudarem Portugal a combater os seus problemas, mas ajudam a enterrá-lo!
Mas por que raio havemos de remar cada qual para seu lado se os prejuízos de assim fazermos vão sendo cada vez maiores e são enormes para todos nós?
E está Mário Soares muito aborrecido com Seguro porque não respondeu à proposta de acordo de salvação nacional com a dureza com que, em seu esclarecido entender, deveria ter respondido!


sexta-feira, 26 de julho de 2013

MENTES TU OU MENTES TU?


Uma coisa com um nome estranho, como acontece com tudo aquilo que não é para ser claro, “swaps”, é o que agora está no centro de todas as atenções e se tornou no grande motivo para atacar o Governo. Sempre estas atitudes explosivas de pretensas denúncias de escândalos que o serão ou não, em vez da discussão serena e firme que a situação perigosa que vivemos reclama. Aquela que a cooperação permitiria, mas foi rejeitada.
Se, no meio de tudo isto, eu percebi alguma coisa, durante o governo mais irresponsável que este país já teve, o de Sócrates, diversos gestores de empresas públicas fizeram uns contratos de alto risco com diversas entidades bancárias. Tanto quanto entendi, também, aqueles contratos têm um risco tão elevado como o de jogar em plenos num jogo de roleta, no qual o casino sempre sai a ganhar! Por que terão sido feitos ou consentidos tais contratos? Nem imagino o por que, quando se trata do dinheiro de todos nós.
Dos riscos de tais contratos, diz o ex-ministro das finanças que alertou o novo governo, para o que fez entrega de uma pasta com a devida informação, assim como quem diz “olha a porcaria que te deixo”.
A agora Ministra das Finanças, então Secretária de Estado, afirma não ter recebido essas informações. Mas umas trocas de e_mails posteriores, nos quais pede informações sobre as ditas “swaps”, serão ou não prova de que, afinal, teria o conhecimento que nega! Insiste a Ministra em que não mente e que tudo será esclarecido. Mas tal não é, obviamente, prova provada que evite as dúvidas e as especulações que a situação possa gerar. Também, um ex-Secretário de Estado do anterior governo afirma, sem provar, ter-lhe feito entrega da informação que a agora Ministra nega ter recebido…
Enfim, confusões que, tanto quanto me apercebo, nada deixam completamente claro, totalmente comprovado. Os bem conhecidos excessos politiqueiros.
Mas tal não é razão para que a oposição, para a qual tudo é claro e tudo se prova rapidamente desde que tal convenha, não peça a cabeça da ministra, o que seria um pequeno consolo em contrapartida da continuação de um governo que não conseguiu apear. Coisas que nada abonam em favor dos políticos de um país quase milenar que todos deveriam respeitar mas com a vida do qual parecem brincar.
E desta trapalhada toda em que se diz de todos que mentem e todos afirmam dizer a verdade, ficam-me sérias dúvidas que me fazem pensar por qual razão o anterior governo avisou da porcaria que fez, em vez de a ter evitado ou a ter limpo!
Continuo a achar que nada pode haver de mais ridículo do que estas rixas de políticos que deveriam ter outras preocupações para além destas cenas tristes que protagonizam. 
Será que alguma vez saberemos quem mentiu, não mentiu ou se mentiram todos? Que ninguém tenha mentido é que me parece mais difícil…

A PRIVATIZAÇÃO DOS CTT E OUTRAS COISAS

Não me parece que faça sentido a privatização dos CTT como a Troika deseja e nunca ninguém me explicou bem o porque desta imposição que o Governo nem sequer discutiu. Digo eu.
Não é por se tratar de uma empresa pública que, ao contrário da maioria, até dá lucro, mas porque se trata de um serviço de proximidade muito especial para o qual, para muita gente e desde sempre, a net ou os serviços bancários em muitos locais inexistentes, não são, ainda, alternativas.
Portugal é um país com muita gente idosa, dispersa por muitas pequenas aldeias que ainda vão preenchendo vastas zonas do território, para a qual os CTT são o modo de contactar e de receber muita coisa. Ali, o carteiro ainda é aquele amigo especial que trás as notícias, a reforma dos idosos e leva as cartas com as quais se dão notícias aos que emigraram para longe.
Também pode ser aquele local onde há o telefone que não temos, onde podemos fazer alguns pagamentos e outras coisas simples que, de outro modo se tornariam complicadas.
Apenas ouvi uma explicação na defesa da privatização, a de um economista a quem a privatização parece bem porque a empresa necessita de investimentos que o Governo não tem condições para fazer!
É esta visão das coisas, longe das razões sociais em que deveriam basear-se as atitudes deste tipo, que me faz pensar como cada vez mais a governação se pode distanciar dos objectivos de bem comum que a deveriam nortear.
Não me parece que a exploração por privados, cuja perspectiva de lucro sem especiais cuidados sociais é natural, apesar de todos os condicionamentos que sejam impostos, seja a que mais se coaduna com este tipo de serviço que, pelo menos por enquanto, deveria continuar a ser da responsabilidade do Estado.
A vida, o modo de viver terá de sofrer alterações bastante profundas dentro de não muito tempo, o que obrigará a repensar o modo de satisfação de muitas das necessidades básicas em serviços públicos.
Esta imposição da Troika não é, de todo, uma imposição que a situação de Portugal imponha, nem indispensável ao ajustamento financeiro que estas medidas tenham em vista. Não passa de uma imposição para sermos como outros que não são como nós!
Eu entendo que para resolver problemas como os dos transportes, dos CTT e outros de serviços de proximidade, haverá outros modos de fazer, porventura bem melhores do que aqueles que a insensível Troika propõe.
Além de muitas outras coisas, é necessário reorganizar o território e, com isso, todo este tipo de serviços que as populações mais dispersas não podem dispensar.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

UM SÍNDROME QUALQUER...

Para além da indiferença que, creio, não será o modo como a maioria hoje pensa o seu futuro, há dois modos de encarar as mudanças a que a crise política deu lugar. Um será o de esperar que a mudança corrija algum do mal que foi feito, outro é dizer, desde logo, que tudo vai correr mal. Diz-se isso do Velho do Restêlo.
A esperança de que seja bem sucedida é, quanto a mim, a mais natural, já que as mudanças se fazem para melhorar o que não esteja bem. E por que não haveremos de ter esperança de que passe a ser melhor se, como a experiência nos diz, se aprende com os erros cometidos?
É verdade que a esperança nunca foi certeza e, também, que mudar por mudar nunca foi solução.
Mas quando, entre as possibilidades, se escolhe a menos má, mesmo que não seja a mais desejada, é uma atitude sensata a que se toma.
Não me parece valer a pena, sequer, admitir qualquer das soluções que os partidos que se dizem mais á esquerda propõem, pois não faria qualquer sentido tentar impor soluções que nos não são consentidas e, menos ainda, optar pela repetição do “orgulhosamente sós” para o qual outras medidas, que também propõem, nos atirariam de novo.
A solução mais desejada porque corresponderia a uma força negocial maior, foi anulada pelos sentimentos egoistas dos que colocaram os interesses partidários acima dos de todo um povo que aguarda, dos seus políticos, que façam o que seja melhor para o país. 
Afinal as forças políticas existem para que? Para defender interesses parciais e pouco claros ou para, em discussão democrática, participarem nas escolhas das melhores soluções?
Para além dos discursilhos de Seguro, vi defender dois tipos de razões para que o PS não fizesse o acordo de salvação nacional proposto pelo Presidente da república.
Um, do qual Mário Soares foi o mais evidente paladino, baseou-se na necessidade de “políticas de esquerda” a que PSD e CDS seriam contrários, pelo que o acordo cindiria o partido. O outro que, quase incrédulo, escutei da boca de António Vitorino, é o despreso a que o PS terá sido votado desde o início deste governo!
Não me surpreendeu a atitude de Soares, de Alegre e de outros para quem o romantismo da esquerda ainda possa ser solução. São fieis a ideiais que a realidade actual não justifica mas que continuam a ser os seus, os que a vivência num mundo em que ficaram enquistados lhes continua a sugerir como os melhores. É pena que Seguro não tenha aproveitado a oportunidade para enfrentar esse passadismo sem sentido e que, queira-o ou não, lhe divide o partido que, a continuar assim, não passará de uma contradição.
Mas fazer de uma eventual desconsideração do PS nas tomadas de posição do Governo no passado a justificação para que, agora, o partido não participe na “salvação nacional” que as dificuldades vividas reclamam com urgência, é uma forma requintada de egoismo e a forma mais eloquente de afirmar que, como alguém muito bem o disse, Seguro tenha preferido o PS ao país.
Se os partidos mais à esquerda continuam iguais a si próprios e, por isso, empenhados na defesa de utopias irrealizáveis, o PS revelou-se, definitivamente, o verdadeiro partido do orgulho solitário que o leva a pensar que nele, apenas, está a razão e a capacidade de fazer. Precisamente o que combateu no 25 de Abril mas não consegue deixar de adoptar como lema.
Um síndrome que deve ter um nome qualquer...

quarta-feira, 24 de julho de 2013

COMO NOS JOGOS DE TIRO AO BONECO...


Durante as abluções matinais que a minha condição de idoso retirado da actividade profissional (ao fim de 50 anos) me consente fazer mais longas, lá vou escutando aqueles programas abertos ao público, desta vez sobre a confiança que pode merecer este Governo remodelado que hoje tomará posse.
Tratando-se de uma questão política sobre a qual publicamente já se manifestaram as figuras mais conhecidas dos partidos que discordam da decisão do Presidente da república, foi interessante reparar como certo tipo de discurso vai fazendo o seu caminho ou, utilizando uma expressão agora muito em voga, se tornou viral! Pude reconhecer, nas vozes de alguns, quase o mesmo tom da voz de quem o inspira na manifestação de um desacordo que tem por razão mais forte o que os inspiradores disseram, sem qualquer outra que se possa aceitar ou contestar porque tem como mais forte argumento o “porque sim”.
A quase repetição integral do que disseram os mentores acontece com bastante frequência, plágios mal amanhados, chavões repetidos e afirmações que, em alguns casos, quase roçam o insulto pelos juízos que fazem, são o que mais se escuta em tais programas. Apenas um ou outro tem o arrojo de desejar que o Governo remodelado seja bem sucedido, consiga fazer bem melhor do que antes fez e consiga benefícios para Portugal, para o bem de todos nós!
Poucas dúvidas me restam sobre uma possível “escala” de serviço de certos participantes neste programas, o que a militância dos que escutam mais os seus chefes do que o bom senso que ainda tenham, não torna difícil de fazer. É deste modo que estes programas se tornam em campanhas eleitorais intercalares, em rondas de mal dizer sem intenção de esclarecer, porque têm com único propósito convencer pela insistência.
Raramente ali se escuta alguma coisa que valha a pena ouvir, um argumento ou uma proposta que valha a pena considerar. Mas acontece uma vez por outra, da parte dos que ainda não perderam o bom hábito de pensar e reconhecem as dificuldades de um momento em que as soluções não são fáceis de aceitar. Estes são a prova de que, sem os preconceitos que uma falsa democracia lhe inculca, do povo português poderiam emanar melhores governos com melhores soluções para uma vida melhor.
Assim, continuam a ser governos que uns apoiam e outros querem derrubar, como naqueles jogos de tiro ao boneco!