ACORDO ORTOGRÁFICO

O autor dos textos deste jornal declara que NÃO aderiu ao Acordo Ortográfico e, por isso, continua a adoptar o anterior modo de escrever.

domingo, 13 de maio de 2018

A EUROVISÃO


Foi um espectáculo que, apesar de tudo, valeu a pena ver.
Valeu pelos efeitos de luzes, pelo ambiente e por muitas canções que, sem dúvida, tinham qualidade, interpretadas por vozes muito boas.
Acabou com um desfecho surrealista, a vitória de uma canção que, para além de um ritmo ruidoso e banal, igual a qualquer outro que se pode ouvir num bar numa noite de fim de semana, não era agradável à vista nem ao ouvido.
Jamais me passaria pela cabeça que o tema de uma galinha choca fosse o vencedor!
Curiosamente, foi aquela que as “casas de apostas” promoveram desde o primeiro dia e que venceu através dos votos anónimos vindos não sei de onde.
Já vi de tudo na Eurovisão, desde os “carteis regionais” constituídos por vizinhos que votam uns nos outros, pois já se sabia quem votava em quem, até votações que pareceram ser escolhas mesmo, como aconteceu, por exemplo, na edição anterior em que as melhores canções foram, de um modo geral, as mais votadas.
Parece que a música voltou a não ser o mote da Eurovisão que, do modo como esta edição foi, voltará a ser uma máquina de cantigas que não farão carreira, pois serão, quase de seguida, esquecidas!
Duvido que muita gente compre um CD com a música de Israel para poder ouvi-lo, em sossego, no remanso de sua casa…
A canção portuguesa teve o destino esperado pois nem a canção nem a orquestração mereceram a atenção dos votantes e até a mim me pareceu uma coisa para esquecer depressa.
Mas já pude ler as mais variadas opiniões, incluindo as que elogiam a canção israelita…
E, como é hábito dizer-se, gostos não se discutem. Mas quando entram as apostas...



sábado, 12 de maio de 2018

POR OUTRAS PRIORIDADES, A NASA TERMINA O SEU PROGRAMA DE INVESTIGAÇÃO SOBRE ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS


Depois de Trump ter desligado os Estados unidos do acordo de Paris e após a nomeação de um novo director da Nasa, um republicano céptico das alterações climáticas, aquele importantíssimo Departamento americano termina o seu programa de investigação neste domínio das Ciências do Ambiente.
Com esta decisão será interrompida a análise das variações que vão ocorrendo, bem como deixa de existir o controlo que permite avaliar a eficácia das medidas para reduzir a concentração de gases de estufa na Atmosfera, o que me parece uma imprudência indesculpável quando se trata de fenómenos que põe em risco a própria Humanidade.
Perante os riscos a que a Humanidade está exposta, não vejo que prioridades sejam as que levam o novo director da NASA a desviar recursos que deixam sem meios um programa de controlo da maior importância.
Ninguém ainda esqueceu, decerto, a razão pela qual Trump não credita no aquecimento global que diz não passar de uma manobra de diversão da China para prejudicar a economia americana.
Também não haverá alguém tão distraído que não dê conta das profundas e cada vez mais acentuadas alterações do clima que vão criando problemas sucessivamente mais difíceis de superar, alguns porventura já com consequências irreversíveis.
Deste modo, não só o país mais poluente do mundo passa a poluir ainda mais com a utilização reforçada de carvão e outros combustíveis fósseis, como deixa de contribuir para o controlo das condições ambientais relacionadas com o clima.
O que se passará na cabeça de quem toma tão irracionais decisões e que povo é este que consente que a irracionalidade cresça a olhos vistos nas atitudes de um presidente que o não protege nem dignifica?

quinta-feira, 10 de maio de 2018

A ENCRUZILHADA


Como é evidente, os milagres são raros e só os desatentos ou ingénuos se convencem de que a resolução dos problemas que enfrentamos se faz com engenharia financeira que garanta os convenientes valores aos “indicadores” que, convencionalmente, medem a saúde económica do país mas que, mostram-no as circunstâncias, não garantem a qualidade de vida a que o povo tem direito.
Vêmo-lo na segurança, na saúde, na educação e em outros domínios em que a situação justifica as queixas que generalizadamente, se manifestam.
E pergunto-me da razão de ser dos elogios feitos à gestão deste governo que baixa os impostos subindo-os, melhora a saúde não garantindo os meios mínimos para a garantir, não garante a segurança quando fenómenos agressivos acontecem, não promove o desenvolvimento de enormes regiões que, desprezadas, estão em processo de desertificação, não ordena o território e não promove o melhor aproveitamento dos recursos naturais.
Entretanto queixa-se do passado recente quando, por uma situação de bancarrota iminente, houve que pedir a ajuda que nos colocou na dependência de uma troika que, naturalmente, nos impôs a austeridade que a situação que criámos exigia.
Finalmente, parece ter descoberto que, para além desse passado recente houve outro passado, gerido pelo Partido Socialista, com um Governo de que fez parte o actual Primeiro Ministro que, assim o fez notar, já dele não fazia parte em 2008 quando a “crise” se tornou evidente!
E pasmo como se dizem disparates destes, como se a crise fosse consequência de um instante, em vez dos erros cometidos no período de tempo, mais ou menos longo, que o antecedeu.
Esqueceu de quando foi assinado o acordo de Lisboa, para mim um dos erros maiores da “construção europeia” que Costa agora critica, mas que eram já evidentes naquela rapidez de alargamento que acumulou problemas sobre outros que ainda não tinham sido resolvidos.
Não creio que as coisas se encaminhem para uma situação de estabilidade política quando o próprio Presidente se propõe desistir dela se as coisas voltarem a correr mal.
Não acredito que o PS alcance uma maioria absoluta em próximas eleições nem sei como, nessas circunstâncias, a estabilidade política do país será garantida.
Parece-me que algo mudou nesta senda de euforia que as contas de Centeno despertaram.