ACORDO ORTOGRÁFICO

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sexta-feira, 2 de março de 2018

CANTIGAS E CÂNTICOS



Compreendo o desconsolo do irmão de Diogo Piçarra, mas só pelo amor de irmão, não pelas razões que aponta.
Diz André, o irmão de Diogo, que os portugueses “"Não têm noção do quão brilhante ele é, o ser humano que representa e o músico que está dentro dele", continuando, ironicamente, “Parabéns, acabaram de perder o português com mais vontade de representar Portugal e de obter um grande resultado”.
Se lhe fica bem a admiração pelo irmão, nada justifica a presunção de ele ser o que diz, sobretudo quando se refere ao “grande resultado” que poderia obter.
Que Diogo tivesse uma grande vontade de representar Portugal, não ponho em dúvida, mas que tivesse canção para o fazer de forma ganhadora, nem uma suspeita me resta.
Uma melodia básica, repetitiva e recolhida, envolve um poema sem alma. Enfim, uma cantiguinha que não me admira que tenha inspirado um cântico de igreja.
Como tive oportunidade de escrever, não creio que Diogo Piçarra tenha plagiado uma canção tão corriqueira e até posso acreditar que outras mais iguais ou quase iguais deverão ser cantadas por esse mundo fora, tão simplória ela é.
Mesmo não havendo plágio, jamais haveria condições de a canção que o Diogo apresentou representar Portugal sem a mácula de não ser original, para além de estar bem longe da qualidade que uma canção ganhadora requere.
Não merecem os portugueses ser culpados de uma situação para a qual não concorreram de forma alguma, nem me parece que fosse digno dos portugueses concorrer com uma cantiga que não fosse original.
Quanto ao espectáculo que a RTP está a organizar para escolher uma cantiga, também será culpa dos portugueses?