ACORDO ORTOGRÁFICO

O autor dos textos deste jornal declara que NÃO aderiu ao Acordo Ortográfico e, por isso, continua a adoptar o anterior modo de escrever.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

A COMUNICAÇÃO SOCIAL E A MULHER DE CÉSAR

Dizia-se em Roma que à mulher de César não bastava ser séria porque também deveria parece-lo. Compreende-se que seja assim porque nada pior do que ditos malévolos ou inoportunos para desacreditar seja quem for.
Transpondo para o momento que vivemos, no qual, por falta de meios financeiros, dependemos de favores que nos impõem deveres, eu diria que para aliviar a “pressão dos mercados” que a isso nos obriga, não basta estarmos a cumprir o que esses deveres nos impõem, porque também é necessário que não haja a sensação de que não estamos ou de que disso não somos capazes.
Decerto, aos “mercados” pouco interessará que a CGTP participe ou não na concertação social. Todos sabem o que “a casa gasta”. Porém, não creio que lhes seja indiferente o que a nossa comunicação social possa dizer. É por isso que títulos espalhafatosos como os de que há risco de “incumprimento” ou de que existe um sério desentendimento entre o Governo e o Presidente da República, como outras coisas parecidas, nada mais fazem do que desacreditar e, por isso, contribuir para uma maior pressão que nada ajudará os propósitos que justificam a austeridade a que as circunstâncias obrigam.
É lamentável que numa profissão em que se distinguiram e distinguem pessoas de grandes méritos e merecem a nossa maior consideração pela informação que nos dão e por outros relevantes serviços prestados à comunidade, também haja quem, em condições tão dramáticas para todo um povo, se julgue dispensado de participar no esforço comum e lance achas para uma fogueira onde muita gente já se queima.
Simplesmente lamentável.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

UMA PARTE DA MINHA VIDA


A vida passa a correr. Andamos sempre tão atarefados que mal damos por isso e, muitas vezes, nem nos lembramos de tantas coisas que, ao longo do tempo, fomos capazes de fazer.
Porque não me foi possível estar presente na Sessão Solene do Dia Nacional do Engenheiro 2011, apenas hoje recebi o Diploma que nessa ocasião me foi conferido pelos meus 50 anos de membro efetivo da Ordem dos Engenheiros.
Foi muito emocionado que olhei para este documento, do qual vos mostro uma cópia, e dei por mim a relembrar tantas coisas que fiz e quase se haviam apagado da minha memória.
Lembro-me, sobretudo, daquele começo difícil de quem julgava saber tudo e, afinal, tão pouco sabia, dos erros que cometi e de como ainda, por vezes, me sinto corar quando recordo alguns.
Mas tudo faz parte da vida, não apenas os momentos em que conseguimos fazer o que nem imaginávamos que fossemos capazes de fazer! Também isso me acontece por vezes e sinto orgulho em legar aos meus descendentes um currículo do qual se não envergonharão.
Mas foi tempo que passou, tempo que vivi intensamente e me proporcionou muito prazer.
Por isso partilho com os meus amigos esta efeméride tão importante da minha vida, sem esconder a vaidade que sinto por tê-la vivido.

domingo, 22 de janeiro de 2012

VAMOS EMPOBRECER OU VIVER EM FUNÇÃO DAS NOSSAS POSSES?

Quando Passos Coelho afirmou que íamos empobrecer, muitas críticas depreciativas lhe foram feitas.
Este Primeiro Ministro ainda não possui a matreirice de outros que o antecederam e nem sempre diz as coisas de modo a proteger-se das críticas maldosas que, inevitavelmente, se seguirão porque, em política, nunca ninguém procura o real sentido das coisas mas antes o modo de as explorar em seu proveito. Por isso, a interpretação apenas poderia ser que ele se propunha espoliar os trabalhadores para favorecer o capital, uma dicotomia inseparável porque não faz sentido que o não seja. É uma relação odienta, de confronto feroz como se qualquer deles pudesse viver sem o outro. Mas não pode! Por isso, mais vale que se entendam.
Creio que o que Passos Coelho quis dizer é que teremos de passar a viver com o nível de vida que as nossas potencialidades permitirem em vez daquele que nos fizeram crer que poderíamos ter. Não existem quaisquer dúvidas sobre as causas desta crise que apoquenta tudo e todos: o mundo gastou demais até os recursos naturais disponíveis deixarem de corresponder aos valores financeiros que criavam a ilusão de um crescimento económico que, por isso, não era real. Só pode ser este o significado das “bolhas” que, em vários sectores da economia, se foram criando e estoirando.
Este é, sem dúvida, o fim de uma economia que tem a pretensão de crescer indefinidamente mesmo com recursos finitos.
A ser assim, a afirmação de Passos Coelho nada mais é do que razoável, sendo um nível de vida mais em conformidade com aquilo de que dispomos aquele que nos espera.
Melhorá-lo apenas será possível com trabalho e critérios seguros de sustentabilidade em face do que a Terra nos permite utilizar.
Penso que este é o “drama da economia ocidental” que os especialistas dizem estar a perder no confronto com as “economias emergentes” mas que, pelos mesmos motivos que afetaram as primeiras, muito mais rapidamente vão entender o que é a escassez.
Por isso entendo que todo o futuro que é idealizado com base em crescimento económico que a Natureza não consente, não será mais do que uma ilusão.
Pelo muito que gastou, o mundo está condenado ao nível de vida que as circunstâncias consentem, o que, para os que se habituaram ao luxo do esbanjamento, será empobrecer! Para quem entenda que o equilíbrio é o que garante o ambiente indispensável à vida, acabar com o super consumismo será a reintegração do Homem na Natureza da qual, mostra-o a realidade, não é senhor.

sábado, 21 de janeiro de 2012

COMO CRIOU DEUS O MUNDO?

(publicado na edição de janeiro 2012 do Notícias de Manteigas)

Diz-se que o Homem põe e Deus dispõe. E calha bem porque, desta vez, altero o meu plano de temas no NM para falar da “partícula de Deus”. É uma questão de oportunidade que uma publicação mensal torna difícil de gerir.
Mas não poderia ignorar a grande excitação do momento no mundo da Ciência que crê encontrar-se no limiar de uma descoberta excecional para o entendimento de nós próprios, das nossas origens e da “realidade” da qual somos parte.
Quando, há quanto tempo já não sei, aqui dei o meu testemunho da existência de Deus, apresentei como um dos argumentos a “fórmula universal” em que Einstein relaciona a energia com a massa através do quadrado de uma constante universal. Não é uma fórmula empírica a que o grande físico nos deixou. Por isso, tal como outras teorias, carece de verificação experimental que, no caso, consiste em esclarecer a transformação que corresponde àquela equivalência.
A Física Quântica, a física das pequenas partículas, permitiu a Higgs, trabalhando ideias que outro físico havia já aflorado, ter a perceção teórica de uma partícula subatómica que, a existir, será a chave de tal questão porque completrá a teoria de relação de forças elementares designada “modêlo padrão”. A essa partícula foi dada a designação de ”bosão de Higgs”, sendo a designação “partícula de Deus” a que os mais espiritualistas lhe deram pelo que seria a sua “função” na “criação” do Universo, no tão falado Big Bang.
Um “bosão” não é mais do que um dado tipo de partícula elementar identificada pelo físico Nath Bose, de cujo nome resulta a designação.
Teoricamente, as partículas materiais não têm massa intrínseca pelo que a que aparentam não passa de um efeito da sua interação com um campo de forças que abrange todo o Universo, denominado “Campo de Higgs”. Quanto mais forte a interação maior a massa, sendo nula a das partículas que, com ele, não interagem. Numa linguagem mais simples, aquele campo será como um filtro através do qual as partículas derivadas da energia pelo aparecimento e decaimento do bosão de Higgs adquirem ou não massa, pelo que um mundo intangível coexiste com este mundo material a que pertencemos. Um outro motivo para cogitação futura.
A existência do bosão de Higgs é o que os cientistas procuram nas experiências que efetuam no Centro Europeu de Investigação Nuclear e são realizadas no “super acelerador de partículas”, subterrâneo e circular com cerca de vinte e sete quilómetros de perímetro, cuja construção, em subsolo francês e suiço, foi alvo de sérias advertências por poder constituir, como alguns temiam, um perigo maior do que o maior conflito nuclear em que o mundo se pudesse envolver ou o impacto de um grande meteoro sobre a Terra. O receio era a possível criação de um “buraco negro” que engolisse o planeta senão, até, todo o Sistema Solar! As experiências já decorrem há tempo bastante para afastar esse receio que, aliás, a maioria dos cientistas contestava.
Consistem os trabalhos em acelerar protões até velocidades muitíssimo próximas da velocidade da luz para os fazer chocar entre si, criando condições semelhantes às do “big bang” e, deste modo, provocar o aparecimento do bosão cuja existência Higgs previu. Este aparece e desfaz-se, originando outras partículas, num espaço de tempo tão ínfimo que torna difícil a sua deteção. Porém, os resultados já alcançados, em particular os mais recentes e anunciados no último mês de 2011, quase permitem a confirmação do que a teoria prediz. Mas a prudência científica não consente a veleidade de a antecipar. Os investigadores esperam que, ao longo de 2012, serão recolhidos dados bastantes para uma conclusão final.
Será um passo imenso para uma melhor perceção do Universo e para o conhecimento de como ele foi gerado e, quiçá, uma alteração profunda no modo de encarar as coisas neste nosso mundo, compreendendo melhor o Todo do qual emana.
Um outro passo que a Ciência procura dar é a eventual descoberta de vida fora da Terra e, mesmo até, da descoberta da existência de outros seres semelhantes aos humanos em qualquer outro planeta na imensidão do Espaço em que o nosso também navega.
Os astrónomos acabam de encontrar um planeta com caraterísticas de temperatura idênticas às da Terra e em zona onde a existência de água líquida é provável. Por enquanto nada mais do que isso. Mas quem sabe o que seguirá se a água é o berço natural da vida?
Pouco a pouco, a Ciência vai-nos revelando factos cuja grandeza ultrapassa a capacidade do entendimento comum mas que, depois de compreendidos, podem fazer surgir outras formas de olhar o mundo e a vida, mas que nunca porão em causa a existência de um Princípio, de um Ser que é a razão de ser de todos os demais!
A Ciência não tem uma visão romântica nem fantasiosa das coisas como a que têm os que interpretam ou descrevem o que transcende o seu entendimento. Mostra factos e situações que, depois, haverá que interpretar com muito cuidado mas sem preconceitos, quantas vezes obrigando a rever “certezas” que antes julgávamos seguras. Por isso, perante o que a Ciência revela, terá de haver um enorme trabalho de interpretação do qual talvez resulte um modo diferente de contar como Deus criou o mundo e, porventura, uma nova forma de entender a nossa relação com Ele.
Em vez de repudiar as novas descobertas da Ciência como sucedeu com Galileu pela sua teoria heliocentrista que levou a Inquisição a condená-lo, há que aceitar o que elas vão revelando porque, pela capacidade de perceção com que nos dotou, Deus vai-nos deixando conhecer a Sua Obra. Assim, através da Ciência, Deus se revela ao Homem.
Nota: Não foi possível, num texto como este, evitar algumas concessões à simplificação da linguagem e da interpretação de factos para o tornar mais acessível sem, contudo, lhe retirar o rigor bastante que a matéria versada exige.
Rui de Carvalho
16 Dezembro 2011

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

A CRISE DA DEMOCRACIA?

Nota introdutória: a propósito de uma sondagem que indica que apenas 56% dos portugueses ainda acreditam que a Democracia é o melhor sistema político.

Atribui-se a Winston Churchil a afirmação de que “a Democracia é o pior dos regimes, com exceção dos demais conhecidos”. O duro resistente anti-nazi cuja persistência salvou a Europa de uma ditadura desumana e feroz, parecia conhecer bem os podres de um regime que, afinal, se pode prestar aos mesmos abusos de qualquer outro.
Também já, na Antiguidade, Aristóteles dizia, comparando os vários regimes, que todos são bons ou não prestam, dependendo dos seus atores.
Afinal, já todos nos demos conta do poder infernal daquelas cadeiras em que tantas vezes se sentam as melhores intenções que, depois, como que por mistério desaparecem!
Longe de mim generalizar, mas o poder é como a ferrugem que vai corroendo até o aço mais duro e talvez por isso seja tão desejado.
Não deixa de ser curiosa uma comparação entre o que se considera o maior ditador da História de Portugal e muitos dos políticos democratas deste nosso país quando se pensa nas regalias que se auto concederam e na condição financeira alcançada após o desempenho do cargo.
Diz o povo que “não há bela sem senão”, que “dois proveitos não cabem num saco só” ou que “não se pode ter sol na eira e chuva no nabal”. Tantas formas diferentes de expressar o saber de experiência feito que nos diz nada ter mérito completo, só podem querer dizer que foi assim ao longo de séculos, pelo que o é agora também.
A democracia não seguiu os tempos que exigem outros critérios para além dos quantitativos e continua a fazer do ruído, do barulho no Parlamento ou nas ruas, um medidor da razão ou da verdade. Mas a realidade é outra e, por isso, ao não se atualizar, a Democracia envelheceu, desacreditou-se e deixou de ser atraente para a grande maioria que cada vez mais sente que não tem poder algum para entregar a ninguém, porque outros deles se apoderaram. A Democracia tornou-se um jogo que se joga em alturas inalcançáveis ou formas inapropriadas para os comuns mortais.
Mas se é a Democracia que me consente escrever e divulgar isto que penso, terá de ser a Democracia a fazer das ideias a chave para a resolução dos problemas, calando, de vez, os ruídos que a envolvem e, deste modo, a desacreditam.
Vale a pena lutar por uma Democracia que seja a expressão da razão e não o barulho ensurdecedor que não deixa que a razão seja ouvida!

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

A ESQUERDA DO BOTA ABAIXO

Diz a comunicação social que, no Parlamento, a esquerda se uniu contra o acordo laboral assinado, sobre isso dizendo as cobras e lagartos do costume, tal como “é mais um empurrão ao país para o desastre” e coisas parecidas que nunca explicam claramente. Não passam, por isso, de lugares comuns que nem sequer se modernizaram perante as mudanças que a realidade nos mostra.
É uma “oposição fácil” a da demagogia leviana e oportunista quando o governo toma as atitudes que este tem de tomar perante o desastre que uma certa esquerda provocou, a mesma que agora se associa à outra que é de extremos.
Mas não é desta oposição que diz mal sem outras explicações que não sejam as perdas de direitos que, digam-no as vezes que quiserem, a nossa debilidade financeira não pode manter, aquela de que o país precisa.
É de uma oposição consciente e participativa que o país necessita porque todos sabemos que só assim haverá a união que nos dará a força que nos fará vencer este mau momento que estamos a viver.
Ninguém pode repartir o que não tem, nem pode haver direitos intocáveis quando se não podem manter.
Há um velho ditado que sugere “em Roma sê romano” o que, nas circunstâncias em que nos encontramos, significa que não podemos querer remar contra a maré no mundo em que vivemos. Por isso não passam de miríficas as propostas de atitudes de rebeldia contra o modo como as coisas acontecem, contra o que nos é imposto como condição para o auxílio de que necessitamos.
Parece que não se aprende nada com a História e, por isso, se insiste em sistemas que nem os grandes “impérios” conseguiram fazer vingar.
Gostaria de saber, por exemplo, quem ou que percentagem dos habitantes da ex-República Democrática Alemã gostaria que fosse reconstruído o muro de Berlim, aquele que diziam que não pretendia evitar que os orientais fugissem para oeste mas sim para evitar que os ocidentais entrassem e se aproveitassem das regalias que o regime de leste proporcionava!
Só me resta lamentar que, apesar de tão evidentes disparates que são ditos, ainda persistam razões políticas e pessoais que se sobrepõem aos interesses de Portugal.
Quanto ao retrocesso de que Carvalho da Silva fala, eu apenas pergunto: quem, verificando que se enganou no caminho, inteligentemente não volta atrás?
É fácil arregimentar os milhares de desempregados que o socialismo irresponsável fez, sem lhes dizer que, sem as medidas que se impõe sejam tomadas, a crise se tornaria um caos.
A Grécia é a prova.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

EM NOME DA CONCERTAÇÃO...

Falam, falam mas não dizem nada que valha a pena porque ignoram realidades que se não confundem com os preconceitos que lhes ditam os discursos e estão muito para além das suas intenções ou preocupações imediatas.
Entende-se bem que cada um se queixe do que lhe dói, que acredite sinceramente nas razões que apresenta para se queixar mas, apesar da legitimidade que a dor confere, há coisas que devem ser bem pensadas, medidas e pesadas antes de serem ditas, pois cada vez mais é necessária uma análise que vá para além da simplicidade que as questões nunca têm e da superficialidade com que a demagogia as aborda para captar simpatias. Não se alcançará, de outro modo, o conhecimento da verdade.
Cada vez mais a realidade mostra que a ilusão nos conduz por caminhos perigosos, nos leva a situações de austeridade que são a razão de ser das queixas que a dor torna insensíveis às suas verdadeiras causas. É este entendimento que deveria pautar as intervenções dos que, presuntivamente melhor informados ou sabedores, respondem ou comentam o que os movidos pela dor, pelo despeito ou pela raiva possam dizer quando, para isso, lhes é proporcionada ocasião, como acontece nos numerosos “programas abertos” que as televisões agora nos oferecem.
Em consequência do acordo de concertação social conseguido com a habitual ausência da CGTP, central sindical que não se compromete com o que não respeite integralmente a sua “exclusiva verdade”, competiria a esta apressar-se a justificar as suas razões, o que me pareceu ser o propósito num programa do tipo antena aberta na SIC notícias em que o “especialista convidado” foi mais a caixa de ressonância das intempestivas queixas dos intervenientes do que o esclarecido moderador numa questão muito importante como o não pode deixar de ser o que diga respeito às leis do trabalho.
Falou-se das perdas de regalias conseguidas numa luta de sucessivas greves, falou-se, enfim, de um acordo conseguido à custa dos trabalhadores que terão de trabalhar mais por menos. Mas nem por uma vez ouvi alguém referir-se à austeridade que demasiado esbanjamento nos impõe por absoluta falta de meios financeiros que podem deixar-nos sem salários, sem subsídios, sem pensões, como se tudo isto fosse de somenos importância porque o dinheiro sempre acaba por cair do céu.
É uma situação grave a que vivemos e que, por isso, exige esclarecimento em vez da desestabilização para que alguns, em nome de preconceitos ou de mais valias pessoais, contribuem, apesar de saberem que nada nos poderá evitar as penas que, por culpa própria, por algum tempo teremos de sofrer.
Não nos resta muita margem de manobra para corrigir os efeitos dos erros que cometemos, para respeitar os compromissos que assumimos, para cumprir os acordos que assinámos em troca de auxílio financeiro que recebemos e, sobretudo, não temos muito tempo para mudar de rumo, alterar o nosso modo de viver para tornar a vida menos penosa em vez de mais e mais longamente a complicarmos.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

QUAL ESTADO SOCIAL?

A História demonstrou que o socialismo não passa de uma utopia irrealizável que adopta como princípio que existem direitos, consagrados na Constituição, que nada nem ninguém pode anular.
É fácil atribuir direitos e dotar os seus beneficiários de todas as armas para os reclamarem, nomeadamente as greves, mas acautelar o modo de os garantir é outra coisa que exige trabalho e meios em vez de fantasia e presunção.
Tenho por certo que as vantagens de ser parte de uma sociedade organizada, de um país, é a solidariedade que se pode gerar mas que, jamais, poderá ser praticada em condições que a riqueza global não possa sustentar. Por outras palavras, não pode uma Constituição consagrar direitos que o país, pelas potencialidades que possui, não pode garantir.
Quando as circunstâncias mostram não possuir Portugal condições para sustentar o “nível de vida médio” a que se habituou, como se pode sustentar que não podem ser anuladas as “conquistas” que a ele conduziram?
Mas nada mais eloquente do que os factos para clarificarem a realidade. Por isso me pareceu interessante um gráfico que, ainda que de leitura de pormenor pouco clara, mostra como a “filosofia socialista” é devoradora de recursos escassos e conduz a equívocos de que resultam situações dolorosas como as que ora vivemos. Uma leitura simples do gráfico mostra como os governos de Mário Soares e de Sócrates foram pródigos em esbanjar esses meios. O primeiro leva a dívida de cerca de 10% até 60% do PIB e o segundo eleva-a de 50% a 100%. Deste modo qualquer um de nós pode ser o maior socialista do mundo, a gastar sem controlo o dinheiro dos outros. Mas quando o dinheiro acaba...

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

O MAU EXEMPLO DO BANCO DE PORTUGAL

Acaba de saber-se que o Banco de Portugal, indiferente à austeridade que a todo o país é imposta, não acatou a decisão do governo de cortar os subsídios de férias e de Natal aos seus trabalhadores.
É uma atitude de afronta que nada justifica, sobretudo vinda de uma entidade que deveria ser exemplar na defesa do futuro do país que apenas com a cooperação de todos pode ser garantido.
Decerto pressionado por muita gente, mesmo assim o governador Carlos Costa ficou insensível e preferiu transformar o banco de todos nós numa ilha de sonho no meio deste país em sofrimento.
Não me parece que mereça continuar em cargo tão importante quem se mostrou tão insensível e se negou a participar no esforço de recuperação que a grande maioria de nós, todos com enorme sacrifício e alguns com quase insuportáveis dores, aceita na esperança de um futuro melhor para todos.
O Banco de Portugal coloca-se, deste modo, do lado dos que fazem contra vapor a uma austeridade que nada pode evitar, porque resulta de compromissos que foram assumidos pelo Governo de Portugal.
Não posso deixar de manifestar o meu repúdio por esta atitude inqualificável numa entidade que deveria ser exemplar, bem como o desejo de que quem assim procede seja afastado por má conduta!

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA, TEMPO DE SOLIDARIEDADE

Há situações excecionais, tanto na vida das pessoas como na vida dos países que, pelas alterações de comportamentos a que obrigam, se podem considerar de emergência.
Um exemplo que se compreende bem é o de uma situação de guerra em que o esforço concertado e incondicional de todos é indispensável para salvar o país.
Mas de “guerra” é, também, a situação que se vive quando, seja a razão qual for, o país corre o risco de insolvência por não dispor de meios financeiros para honrar os seus compromissos ou até, simplesmente, fazer funcionar a sua economia.
E nem sequer podem restar dúvidas de que é esta a situação que Portugal terá de superar com sacrifícios que só a solidariedade entre todos poderá tornar suportáveis.
Não é fácil de tratar e até é perigosa a situação que vivemos e há exemplos que, pela sua gravidade, nos devem fazer pensar que os não desejamos seguir.
Mas não me parece que sejam de solidariedade algumas atitudes que incitam à revolta e outras que colocam interesses pessoais ou partidários acima dos coletivos, dos nacionais como as situações de emergência exigem. Igualmente não o são os argumentos capciosos com os quais se tenta mascarar uma realidade que é, simplesmente, de penúria.
Começa a instalar-se a discussão que dá razão ao dito que “casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão”.
É evidente que a governação terá de ser criteriosamente controlada, o que, infelizmente, não aconteceu no passado. Mas tal não significa que a tenhamos de a julgar a destempo e, muito menos, assacar-lhe culpas que não tem.
Melhor seria entendermos a solidariedade como aquilo que é e como é indispensável em situações de emergência.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

A DESAJUDA QUE NÃO FAZIA FALTA

Enquanto o país sofre as agruras de uma dura austeridade que, por ora, não há como evitar, outros insistem na defesa de interesses e regalias que à maioria de nós foram vedados.
Tal como ninguém se cura depressa de doença grave, também nenhum país se recupera de uma situação de quase bancarrota com a rapidez que as dores sofridas para o conseguir fazem desejar.
Tanto se fala de equidade e tão pouco se entende que a maioria, a grande maioria que mais sente a austeridade não tem modo de escapar aos inconvenientes que lhe causam as greves que certos sectores podem facil e estrategicamente fazer.
Obviamente que, para além destes transtornos, a economia nacional se ressente com tais atitudes, tornando mais dura a austeridade a que as carências financeitas vão obrigar todos nós.
Depois dos transportes que parecem ter encalhado em sucessivas greves que causam transtornos imensos a quem deles se serve para se deslocar, são agora os trabalhadores portuários que decidem “ajudar” a fraca economia portuguesa com uma greve que mais a debilitará.
Enfraquecido o poder de compra da população, a correspondente queda da procura interna afetou muito a economia e apenas as exportações podem evitar uma recessão ainda maior, o que parecia estar a ser conseguido.
Porém, a crise fez decrescer as nossas exportações para o espaço europeu onde toda a economia abrandou. Restava o esforço de aumentar o que exportamos para outras partes de mundo e através dos portos marítimos se escoa em maioria.
O efeito da greve que vai ter lugar é óbvio e todos nós iremos sofrer os seus efeitos, quem sabe em qual medida ou se até um ponto que torne inúteis os esforços que vimos fazendo.
No Jornal de Notícias de hoje pode ler-se “O director-executivo da Associação dos Agentes de Navegação, Belmar da Costa, diz que a greve dos trabalhadores portuários, que decorre até sexta-feira, vai impedir a atracagem de 80 a 100 navios nos portos portugueses e causar prejuízos "inquantificáveis".
Quem quererá destruir a economia portuguesa?

sábado, 7 de janeiro de 2012

QUANDO AS PESSOAS SOUBEREM...

António Arnaut, ex-grão Mestre do Grande Oriente Lusitano, fez a seguinte declaração numa entrevista na TSF:
"O facto de se pertencer à Maçonaria não é um inconveniente, deve ser uma vantagem, quando as pessoas souberem o que é a Maçonaria, porque o maçon tem de ser, por definição, um homem reto, tolerante, íntegro, acima de qualquer suspeita."
Em princípio, pela polémica que o facto de se pertencer ou não à maçonaria ultimamente tem levantado, esta declaração deveria ser apaziguadora das desconfianças que pudessem existir.
De facto, a questão está em as pessoas não saberem o que é esta sociedade secreta nem o que sejam os seus propósitos, precisamente porque é secreta e assim se mantém, sem que seja previsível que alguma vez se tornem públicos os seus “estatutos”, os seus objetivos e os processos adotados para os atingir. O que é secreto é mesmo assim. Por isso não pode alguém surpreender-se se, por pertencer a uma sociedade secreta e por mais elevados que sejam os seus propósitos, ser objecto de desconfiança como o é, aliás, tudo o que se não conhece.
António Arnaut refere “quando as pessoas souberem o que é a Maçonaria...”, quase uma sugestão de que dia as pessoas o irão saber, e definiu um “maçon” como alguém com todas as qualidades que mais se podem apreciar num ser humano.
Se assim é, apetece-me perguntar porque o não dizem logo?
Se o não dizem eu até poderei questionar se tal acontece porque se trata de uma organização elitista ou porque nela existe algo de que o grande público não iria gostar.
Seja o que for, é claro que prefiro que sejam pessoas de elevado nível cívico. Mas...

O PORTUGAL DOS PEQUENINOS

Se dúvidas pudesse ter, agora já as não tenho acerca das verdadeiras razões que levaram a família Soares dos Santos a colocar os seus bens na Holanda. É que Portugal pode não ficar no EURO!
Este risco que levou o acionista maior do Pingo Doce a por os seus capitais a bom recato, para o que diz ter todo o direito, levará mais gente a fazer o mesmo e, sendo assim, por que razão outros capitais, os do investimento estrangeiro de que tanto necessitamos, haverão de vir para Portugal?
Aqui está o que poderá ser uma enorme diferença entre outras circunstâncias em que Portugal teve de se reerguer e esta que tantos sacrifícios nos está a impor, porque agora nada, ou muito pouco, já é português. Nem sequer a alma!
Aqui está porque em vez do sucesso de outros tempos, poderemos ser vítimas de um rotundo falhanço!
O orgulho nacional já não existe e, definitivamente, o amor ao capital suplanta todos os que, no coração de alguém, possam existir. Que tristeza!
É natural que se assista a uma fuga de ratos como nunca antes por aqui se vira e que este Portugal, outrora o orgulho dos portugueses, fique agora a ser o Portugal dos pequeninos!
Mas se dos pequeninos é o futuro, havemos de reergue-lo.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

O CLUBE DA BANCARROTA

Desde que entrámos na UE, sempre “disputámos” com a Grécia o último lugar da tabela que alinha as diversas economias e classifica os países pelos seus níveis de vida. Sempre, ou éramos os mais pobres ou quase...
Agora as coisas mudaram, mas é ainda com a Grécia que continuamos a disputa, desta vez para o primeiro lugar. No Clube da Bancarrota, claro está! Um clube que a cada dia que passa maior se torna e onde já se encontram países que nem pela cabeça nos passaria ver por ali. Outros o tornarão maior, estou certo.
Portugal ocupa o segundo lugar, com os gregos a liderar com uma razoável distância que cavaram com as imprevidências dos que não compreenderam, ainda, a situação em que se encontram nem os perigos a que estão expostos.
Fizeram e fazem manifestações e greves, provocaram e provocam distúrbios e impedem ou retardaram as reformas necessárias para recuperar o país, bem como não aceitam nem colaboram com as medidas de austeridade que a pobreza em que caíram inevitavelmente lhes impõe.
Dá pena ver em condições tão lamentáveis um país que conserva o nome de uma das civilizações mais antigas do mundo, de tal modo que será muito difícil evitar o pior.
Tal como outrora deram exemplos, também agora os dão mas pelas piores razões.
Infelizmente, poucas vezes prestamos a atenção que merecem os erros dos outros para evitar que os cometamos também. É disso prova o apontar-se a Grécia como exemplo de consequências funestas das medidas estruturantes e de austeridade que lhe são impostos por aqueles a quem, em hora de desespêro, pediram ajuda. Não se diz é por que razão as coisas correm tão mal.
É de temer que em Portugal, um país que deu mundos ao mundo e, por isso, de uma grande importância histórica também, as coisas se agudizem porque a austeridade é sempre difícil de suportar. Mas é mais ainda quando a esperança se desvanece em teorias que a realidade não reconhece ou em atitudes de revolta que a nenhuma melhoria conduzem.
Manifestações e greves que apenas prejudicam o povo de quem a democracia diz ser o poder que outros assumem, colocam-nos na senda de um exemplo que deveríamos ter a maior preocupação em evitar.
O povo não é o maior culpado da situação a que se chegou, porque apenas se deixou iludir por facilidades que o não eram, por uma riqueza que não existia, por uma vida fácil que era mentira! Dizer-lhe que se pode manter e que a austeridade é um roubo, é a ilusão que certos interesses políticos procuram criar e os mais descuidados aceitam. Por isso protestam contra o que a dura realidade impõe. Um só destino os espera, uma austeridade ainda maior!
Quase parece uma antecipação masoquista dos tormentos que tantos erros, cometidos ao longo de tanto tempo, nos vão fazer sofrer.
Ainda conservo alguma esperança de que os portugueses vão entender a tempo os perigos a que, procedendo assim, se expõem.
Diz o povo que “quem se não sente não é filho de boa gente”, por isso é natural e justo que manifestemos o nosso desagrado. Mas lutar contra a realidade é, simplesmente, disparate.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

NAS COSTAS DOS OUTROS...

Apesar da “mercosíssima” garantia de que o euro resistirá, que a Europa vai superar a crise e ouvir Obama dizer que os Estados Unidos irão recuperar também, é preocupante saber que Lucas Padademos, primeiro ministro grego, afirma que a Grécia entrará, no próximo mês de Março, em bancarrota descontrolada se não se mantiver o fluxo de empréstimos externos, o próximo dos quais no valor de centro e trinta mil milhões de euros!!! Terá manifestado esta situação aos sindicatos de trabalhadores com os quais se reuniu e se mostram pouco dispostos a concordar com a redução do salário mínimo que na Grécia é de setecentos e cinquenta euros e com reduções nos subsídios de férias e de Natal, condições que os prestamistas exigem para continuarem a financiar a economia grega. Eles lá saberão “as linhas com que se cosem”, mas é cada vez mais evidente o que os espera, a confusão geral e o regresso a um “dracma” do qual serão precisos muitos, mesmo muitos para comprar um simples pão.
Atendendo ao tempo em que a Grécia já se encontra nesta situação financeira descontrolada que uma elevada agitação social ainda mais descontrola, parecendo ser cada vez mais provável que o descalabro seja o desfecho mais provável, é de temer que suceda o pior e que, como em outras circustâncias tem acontecido, a situação se propague ou, melhor dizendo talvez, mostre como se trata de uma epidemia que a todos já afetou.
As circunstâncias em que esta crise se gerou, se desenvolveu e se mantém são uma novidade que torna inúteis as mezinhas com que os economistas trataram as doenças passadas desta economia que foi longe demais nas suas necessidades de crescimento constante.
Torna-se cada vez mais óbvia a necessidade de dar uns passos atrás e de recomeçar, porém seguindo por outra via mais conforme com os ciclos dos recursos naturais que esta voraz economia já quase exauriu e ao ambiente indispensável à vida que já degradou até níveis difíceis de recuperar.
Talvez seja isto a que Passos Coelho chama “empobrecer”. Mas eu diria antes que será a via para a recuperação de valores e de condições que a Humanidade perdeu e são essenciais para a sua sobrevivência.
Parece ser concensual que andámos tempo demais a viver acima das nossas possibilidades. Nós e os outros, também. Mas o que parece é que se tem a tola pretensão de por as finanças em ordem para, depois, se voltar a gastar demais.
Melhor será termos juízo porque, como diz o povo, “nas costas do outros lemos as nossas”.

BOM OU MAU?

Leio hoje num jornal, uma notícia que diz “ Apesar de ainda faltarem os dados de Dezembro, as multas de trânsito que foram passadas nos primeiros 11 meses do ano passado ultrapassaram os 80 milhões de euros, segundo dados da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária – o que dá uma média de cerca de 250 mil euros por dia, um aumento de 13% em relação a 2010.”
Nas condições em que se encontram as finanças do Estado, vale aquele ditado “tudo o que vem à rede, é peixe”. Mas será este o melhor significado deste incremento elevado das receitas das contraordenações?
Quando vejo estas notícias, vem-me sempre à ideia o que sucederia se, como num passo de mágica, todos os condutores passassem a conduzir com todo o cuidado, reduzindo os acidentes e as infrações àquele mínimo que o acaso não deixa que não exista.
Acrescente-se a isto que todos passávamos a racionalizar o uso do automóvel e a cuidar bem da sua manutenção para que dure o mais possível, ao mesmo tempo que faríamos um uso mais intenso dos transportes públicos. Tudo isto, aliás, em perfeito acordo com o que nos recomendam que façamos.
Reduzir-se-iam os acidentes o que, de todos os pontos de vista é, sem dúvida, um bem! Mas os Estado cobraria muito menos no imposto automóvel e no IVA, as receitas dos combustíveis, correspondentes a metade do seu preço, baixariam de um modo significativo, a indústria automóvel entraria em crise, faliriam muitas empresas de mecânica, bate-chapa e pintura, as companhias de seguros de automóveis sentiriam, também, os efeitos da segurança e da prudência dos condutores porque nada justificaria os prémios elevados que cobram, as portagens nas autoestradas cairiam para valores bem menores, enfim, haveria toda uma série de consequências na economia que não seriam, de todo, de pouca monta. Diria, até, que significariam um enorme “estoiro” numa economia que tem no automóvel e nos combustíveis uma fonte significativa das suas receitas.
Não tenho elementos para fazer tais contas mas creio que, se todos tivéssemos juízo, a economia ficaria de pantanas. Ou será que já está?
Curioso é que, por efeito da “crise”, uma parte significativa destes efeitos serão sentidos mesmo sem que, para isso, tenhamos de ser mais cuidadosos na condução e no uso do automóvel, o que significa que persistirão os efeitos mais nocivos da forma pouco cuidada como o usamos que são os acidentes que causam mortos e feridos em número excessivo, sobretudo nas férias e nas épocas festivas, como ainda agora sucedeu na passagem do ano.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

SIMPLESMENTE RASCA E SEM NOME

Costumava dizer-se que “não se brinca com coisas sérias” mas, ao longo do tempo, muitas concessões têm sido feitas a um princípio que não deveria consentir exceções, sobretudo quando se ultrapassam as raias da decência ou se entra no escândalo e na “rascalização” do que, para muita gente, são coisas que integram os seus princípios morais, de conduta ou as suas crenças religiosas. Não escandalizar é um princípio de decência moral que a lei social também condena. Em função do que se passa já pouco me surpreende. Porém, mesmo assim, ainda me escandalizei hoje quando, numa daquelas rondas que faço por livrarias para ver o que há de novo, dei de caras com um livro que trata de coisas do “pipi” sob a forma de “sermões”. Dizia-se por ali que esta edição era justificada pelo extraordinário sucesso que a primeira tivera em 2003! E mais 7000 daquelas “preciosidades” foram dadas à estampa. Curioso, folheei o livro para me aperceber da qualidade do que contém, mas não encontrei mais do que chorrilhos de palavrões e de disparates sucessivamente crescentes, sem qualquer razão de ser filosófica ou dialética. De nada mais me apercebi para além de um propósito de ser rasca, de menosprezar factos, conceitos e realidades que a muita gente são caros! Perante o êxito de vendas apregoado, tentei saber o nome do autor de tal prosa que a tanta gente seduz. Não o encontrei em lado algum!