ACORDO ORTOGRÁFICO

O autor dos textos deste jornal declara que NÃO aderiu ao Acordo Ortográfico e, por isso, continua a adoptar o anterior modo de escrever.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

BOM OU MAU?

Leio hoje num jornal, uma notícia que diz “ Apesar de ainda faltarem os dados de Dezembro, as multas de trânsito que foram passadas nos primeiros 11 meses do ano passado ultrapassaram os 80 milhões de euros, segundo dados da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária – o que dá uma média de cerca de 250 mil euros por dia, um aumento de 13% em relação a 2010.”
Nas condições em que se encontram as finanças do Estado, vale aquele ditado “tudo o que vem à rede, é peixe”. Mas será este o melhor significado deste incremento elevado das receitas das contraordenações?
Quando vejo estas notícias, vem-me sempre à ideia o que sucederia se, como num passo de mágica, todos os condutores passassem a conduzir com todo o cuidado, reduzindo os acidentes e as infrações àquele mínimo que o acaso não deixa que não exista.
Acrescente-se a isto que todos passávamos a racionalizar o uso do automóvel e a cuidar bem da sua manutenção para que dure o mais possível, ao mesmo tempo que faríamos um uso mais intenso dos transportes públicos. Tudo isto, aliás, em perfeito acordo com o que nos recomendam que façamos.
Reduzir-se-iam os acidentes o que, de todos os pontos de vista é, sem dúvida, um bem! Mas os Estado cobraria muito menos no imposto automóvel e no IVA, as receitas dos combustíveis, correspondentes a metade do seu preço, baixariam de um modo significativo, a indústria automóvel entraria em crise, faliriam muitas empresas de mecânica, bate-chapa e pintura, as companhias de seguros de automóveis sentiriam, também, os efeitos da segurança e da prudência dos condutores porque nada justificaria os prémios elevados que cobram, as portagens nas autoestradas cairiam para valores bem menores, enfim, haveria toda uma série de consequências na economia que não seriam, de todo, de pouca monta. Diria, até, que significariam um enorme “estoiro” numa economia que tem no automóvel e nos combustíveis uma fonte significativa das suas receitas.
Não tenho elementos para fazer tais contas mas creio que, se todos tivéssemos juízo, a economia ficaria de pantanas. Ou será que já está?
Curioso é que, por efeito da “crise”, uma parte significativa destes efeitos serão sentidos mesmo sem que, para isso, tenhamos de ser mais cuidadosos na condução e no uso do automóvel, o que significa que persistirão os efeitos mais nocivos da forma pouco cuidada como o usamos que são os acidentes que causam mortos e feridos em número excessivo, sobretudo nas férias e nas épocas festivas, como ainda agora sucedeu na passagem do ano.

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