Desde que entrámos na UE, sempre “disputámos” com a Grécia o último lugar da tabela que alinha as diversas economias e classifica os países pelos seus níveis de vida. Sempre, ou éramos os mais pobres ou quase...
Agora as coisas mudaram, mas é ainda com a Grécia que continuamos a disputa, desta vez para o primeiro lugar. No Clube da Bancarrota, claro está! Um clube que a cada dia que passa maior se torna e onde já se encontram países que nem pela cabeça nos passaria ver por ali. Outros o tornarão maior, estou certo.
Portugal ocupa o segundo lugar, com os gregos a liderar com uma razoável distância que cavaram com as imprevidências dos que não compreenderam, ainda, a situação em que se encontram nem os perigos a que estão expostos.
Fizeram e fazem manifestações e greves, provocaram e provocam distúrbios e impedem ou retardaram as reformas necessárias para recuperar o país, bem como não aceitam nem colaboram com as medidas de austeridade que a pobreza em que caíram inevitavelmente lhes impõe.
Dá pena ver em condições tão lamentáveis um país que conserva o nome de uma das civilizações mais antigas do mundo, de tal modo que será muito difícil evitar o pior.
Tal como outrora deram exemplos, também agora os dão mas pelas piores razões.
Infelizmente, poucas vezes prestamos a atenção que merecem os erros dos outros para evitar que os cometamos também. É disso prova o apontar-se a Grécia como exemplo de consequências funestas das medidas estruturantes e de austeridade que lhe são impostos por aqueles a quem, em hora de desespêro, pediram ajuda. Não se diz é por que razão as coisas correm tão mal.
É de temer que em Portugal, um país que deu mundos ao mundo e, por isso, de uma grande importância histórica também, as coisas se agudizem porque a austeridade é sempre difícil de suportar. Mas é mais ainda quando a esperança se desvanece em teorias que a realidade não reconhece ou em atitudes de revolta que a nenhuma melhoria conduzem.
Manifestações e greves que apenas prejudicam o povo de quem a democracia diz ser o poder que outros assumem, colocam-nos na senda de um exemplo que deveríamos ter a maior preocupação em evitar.
O povo não é o maior culpado da situação a que se chegou, porque apenas se deixou iludir por facilidades que o não eram, por uma riqueza que não existia, por uma vida fácil que era mentira! Dizer-lhe que se pode manter e que a austeridade é um roubo, é a ilusão que certos interesses políticos procuram criar e os mais descuidados aceitam. Por isso protestam contra o que a dura realidade impõe. Um só destino os espera, uma austeridade ainda maior!
Quase parece uma antecipação masoquista dos tormentos que tantos erros, cometidos ao longo de tanto tempo, nos vão fazer sofrer.
Ainda conservo alguma esperança de que os portugueses vão entender a tempo os perigos a que, procedendo assim, se expõem.
Diz o povo que “quem se não sente não é filho de boa gente”, por isso é natural e justo que manifestemos o nosso desagrado. Mas lutar contra a realidade é, simplesmente, disparate.
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