ACORDO ORTOGRÁFICO

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quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

NAS COSTAS DOS OUTROS...

Apesar da “mercosíssima” garantia de que o euro resistirá, que a Europa vai superar a crise e ouvir Obama dizer que os Estados Unidos irão recuperar também, é preocupante saber que Lucas Padademos, primeiro ministro grego, afirma que a Grécia entrará, no próximo mês de Março, em bancarrota descontrolada se não se mantiver o fluxo de empréstimos externos, o próximo dos quais no valor de centro e trinta mil milhões de euros!!! Terá manifestado esta situação aos sindicatos de trabalhadores com os quais se reuniu e se mostram pouco dispostos a concordar com a redução do salário mínimo que na Grécia é de setecentos e cinquenta euros e com reduções nos subsídios de férias e de Natal, condições que os prestamistas exigem para continuarem a financiar a economia grega. Eles lá saberão “as linhas com que se cosem”, mas é cada vez mais evidente o que os espera, a confusão geral e o regresso a um “dracma” do qual serão precisos muitos, mesmo muitos para comprar um simples pão.
Atendendo ao tempo em que a Grécia já se encontra nesta situação financeira descontrolada que uma elevada agitação social ainda mais descontrola, parecendo ser cada vez mais provável que o descalabro seja o desfecho mais provável, é de temer que suceda o pior e que, como em outras circustâncias tem acontecido, a situação se propague ou, melhor dizendo talvez, mostre como se trata de uma epidemia que a todos já afetou.
As circunstâncias em que esta crise se gerou, se desenvolveu e se mantém são uma novidade que torna inúteis as mezinhas com que os economistas trataram as doenças passadas desta economia que foi longe demais nas suas necessidades de crescimento constante.
Torna-se cada vez mais óbvia a necessidade de dar uns passos atrás e de recomeçar, porém seguindo por outra via mais conforme com os ciclos dos recursos naturais que esta voraz economia já quase exauriu e ao ambiente indispensável à vida que já degradou até níveis difíceis de recuperar.
Talvez seja isto a que Passos Coelho chama “empobrecer”. Mas eu diria antes que será a via para a recuperação de valores e de condições que a Humanidade perdeu e são essenciais para a sua sobrevivência.
Parece ser concensual que andámos tempo demais a viver acima das nossas possibilidades. Nós e os outros, também. Mas o que parece é que se tem a tola pretensão de por as finanças em ordem para, depois, se voltar a gastar demais.
Melhor será termos juízo porque, como diz o povo, “nas costas do outros lemos as nossas”.

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