ACORDO ORTOGRÁFICO

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quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

A CRISE DA DEMOCRACIA?

Nota introdutória: a propósito de uma sondagem que indica que apenas 56% dos portugueses ainda acreditam que a Democracia é o melhor sistema político.

Atribui-se a Winston Churchil a afirmação de que “a Democracia é o pior dos regimes, com exceção dos demais conhecidos”. O duro resistente anti-nazi cuja persistência salvou a Europa de uma ditadura desumana e feroz, parecia conhecer bem os podres de um regime que, afinal, se pode prestar aos mesmos abusos de qualquer outro.
Também já, na Antiguidade, Aristóteles dizia, comparando os vários regimes, que todos são bons ou não prestam, dependendo dos seus atores.
Afinal, já todos nos demos conta do poder infernal daquelas cadeiras em que tantas vezes se sentam as melhores intenções que, depois, como que por mistério desaparecem!
Longe de mim generalizar, mas o poder é como a ferrugem que vai corroendo até o aço mais duro e talvez por isso seja tão desejado.
Não deixa de ser curiosa uma comparação entre o que se considera o maior ditador da História de Portugal e muitos dos políticos democratas deste nosso país quando se pensa nas regalias que se auto concederam e na condição financeira alcançada após o desempenho do cargo.
Diz o povo que “não há bela sem senão”, que “dois proveitos não cabem num saco só” ou que “não se pode ter sol na eira e chuva no nabal”. Tantas formas diferentes de expressar o saber de experiência feito que nos diz nada ter mérito completo, só podem querer dizer que foi assim ao longo de séculos, pelo que o é agora também.
A democracia não seguiu os tempos que exigem outros critérios para além dos quantitativos e continua a fazer do ruído, do barulho no Parlamento ou nas ruas, um medidor da razão ou da verdade. Mas a realidade é outra e, por isso, ao não se atualizar, a Democracia envelheceu, desacreditou-se e deixou de ser atraente para a grande maioria que cada vez mais sente que não tem poder algum para entregar a ninguém, porque outros deles se apoderaram. A Democracia tornou-se um jogo que se joga em alturas inalcançáveis ou formas inapropriadas para os comuns mortais.
Mas se é a Democracia que me consente escrever e divulgar isto que penso, terá de ser a Democracia a fazer das ideias a chave para a resolução dos problemas, calando, de vez, os ruídos que a envolvem e, deste modo, a desacreditam.
Vale a pena lutar por uma Democracia que seja a expressão da razão e não o barulho ensurdecedor que não deixa que a razão seja ouvida!

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