Este país perdeu a cabeça e prepara-se para perder a razão de ser se não corrigir, muito rapidamente, o modo como pretende resolver uma crise sem solução se o objectivo é que as coisas voltem a ser como eram.
Se, como facilmente se constata, as condições de vida pioram em vez de melhorarem e se multiplicam, dia a dia, as exigências aos contribuintes para que paguem mais e mais para satisfazer a gula de uma administração pública que não consegue controlar-se e aumenta os gastos em vez de reduzi-los, é óbvio que o governo não está a cumprir o seu dever de zelar pelo bem-estar e pela qualidade de vida dos cidadãos, estando, pelo contrário, a espoliá-los.
Para além de um PEC – Plano de Estabilidade e Crescimento – que de estabilidade e crescimento nada tem porque não passa de um pacote de medidas que aumentam as contribuições dos cidadãos para fazer face a uma despesa pública que não pára de crescer, diversas medidas avulsas vão reforçando o controlo do Estado que, deste modo, se vai tornando num repugnante a fascizante “Big Brother”.
Em consequência, temos um país cada vez mais dividido entre o que os cidadãos sentem no seu dia a dia e as “convicções” do governo traduzidas em declarações falaciosas e sem confirmação que já passaram por sermos o país com melhores condições para resistir à crise, por sermos o campeão europeu do crescimento económico, por conseguirmos reduzir a pobreza e o desemprego, entre outras “patranhas” cada vez menos convincentes.
O pior é que a estas iniciativas do governo, cada vez mais incoerentes, não contrapõe a oposição atitudes firmes para as impedir. Afinal parece que ninguém quer tomar nos braços o doente para o tratar, decerto por recear ser contaminado. E assim, de assalto em assalto, vamos todos ficando sem referências para tomar decisões, sentindo como foi inútil ter poupado qualquer coisa que agora nos querem levar.
Curioso é que, ao mesmo tempo em que a pobreza aumentou, tenha crescido o número de milionários no país!
Inquietante é que aos culpados dos descalabros dos BPN e BPP não sejam decididamente reconhecidas as culpas que lhes cabem e aplicadas as correspondentes sanções! Revoltante é que tanta gente esteja certa de que trilhamos maus caminhos e se julgue ser preferível manter as coisas como estão a mudá-las para encontrar o caminho que mais convém. Será porque os calendários dos interesses e das necessidades não coincidem?
Eu estou cada vez mais baralhado ao pensar como se vai sair deste buraco fundo que a ganância cavou se os pressupostos da “ciência económica” estão todos alterados, o que tem como consequência que as “leis” que os economistas estabeleceram se não aplicam nos “cenários” que a “crise” criou.
É por isso que parece não haver soluções que resultem bem numa crise que reage a cada intervenção criando problemas ainda maiores.
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