28 Junho 2010
Sinto-me, sem dúvida, preocupado com o rumo que este país leva. Custa-me a entender como se pretende governar ao arrepio da sensatez, contra o que a maioria entende que deveria ser o caminho a seguir e numa táctica de “fuga para a frente” quando pouco ou nada se saberá dos tempos que se aproximam. Por isso, temerariamente se trilham caminhos desconhecidos, cujos perigos se não medem nem se acautelam.
Depois de se ter comparado esta “crise” a outras já vividas e se concluir que, afinal, não existem quaisquer semelhanças quer nas causas quer nas dimensões, é já evidente que os economistas não têm bases para fazer as extrapolações que nos poderiam dar pistas sobre o que vai acontecer. Porém, quanto a mim, eles apenas não concluirão que o futuro não será nada do que as suas teorias económicas podem prever, porque nelas nunca foi considerada a hipótese da impossibilidade do crescimento contínuo. É uma falha clamorosa a de considerar poder-se ir além de barreiras naturais, poder desperdiçar e exaurir recursos em nome do crescimento, consumir para além do razoável e não saber valorizar senão o que o dinheiro possa comprar.
Daí a sobrevalorização do dinheiro que, antes da crise, parecia crescer a cada dia por artes que a todos faziam crer que poderiam ser ricos. O endividamento era incentivado e a miragem de lucros rápidos levaram a comprar “gato por lebre”, acumulando “papeis” que, como se veio a verificar, pouco mais valiam do que nada! A falência do Banco Lehman Brothers e a descoberta do logro tipo “Dona Branca” à escala mundial, foram o começo do desmoronamento do castelo de cartas que, afinal, era a finança mundial.
A Europa está cheia de problemas e todos os países, sem excepção, têm de fazer reformas e cortes significativos. Por isso me preocupa a ligeireza do governo e, sobretudo, do Primeiro-Ministro que diz sentir-se só a puxar pelas energias do país, quando tem como política a construção de grandes infra-estruturas que não correspondem às necessidades do país neste momento em que a pobreza cresce e a dívida externa se encontra já em níveis altamente preocupantes.
Ainda bem que Sócrates está sozinho a puxar o país para o abismo de que, mesmo assim, perigosamente nos aproximamos.
Um exercício de lógica simples dir-nos-á que a atitudes iguais corresponderão consequências iguais, pelo que este será o erro de Sócrates quando pretende preparar o futuro segundo as mesmas regras que conduziram à crise!!!
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