Não há dúvida de que os tempos não estão fáceis, tamanhos e tão diversos são os problemas que temos de enfrentar.
É nestas alturas que mais me recordo do pensamento atribuído a Lord
Rutherford, um neo-zelandês nacionalizado britânico, também conhecido
por “pai da física nuclear”, “ESTAMOS SEM DINHEIRO, TEMOS DE PENSAR
MAIS”.
Mesmo que se não trate de dinheiro, o vil metal ou o emporcalhado papel a que muitos reduzem quase tudo, o pensamento está certo pois não é com desesperos, discussões violentas, deixando andar ou mesmo guerras que resolvemos seja o que for.
A solução, se a houver, encontrá-la-emos pensando.
Nos mais de oitenta anos da minha vida foi isso que ela me ensinou,
pois não é verdade que haja problemas que se resolvem por si. Ou, antes
dizendo, o resultado jamais será o que desejaríamos.
E ao escrever
isto, pensava eu no que me parece ser a fase final das terríveis doenças
que a civilização foi acumulando, pois é a resposta da Natureza aos
desvarios que vimos praticando, na esperança de viver melhor.
Curiosamente, nem me parece que, de um modo geral vivamos melhor nem
que, continuando pelo caminho que seguimos, os problemas que sentimos
desapareçam.
Há já muitas dezenas de anos que a Ciência alerta para
as consequências da ambição que imaginou que poderia haver um
crescimento económico contínuo, pelo qual poderíamos ter sempre mais e
mais.
Mas os políticos não a ouvem, alguns havendo, até, que zombam dela nos momentos mais hilariantes do poder da sua estupidez!
Mas, a cada ano que passa, mais nos damos conta do caminho tortuoso
pelo qual seguimos, porém sem coragem para abdicar dos vícios que
acabarão por nos matar.
Para além dos problemas ambientais, dos
quais as alterações climáticas são um expoente em crescimento rápido,
também a economia perde o fulgor.
Dizem que o que por aí vem não é
mais uma crise mas uma recessão global. Sem dúvida porque o esbanjamento
de recursos naturais não poderia conduzir a outro fim.
E eu
pergunto como, tratando-se de uma recessão global, faremos para a
equilibrar, se a solução a que o pensamento nos conduziria é aquela que
não desejamos?
Lamentarei que os nossos filhos e netos vão fazer a
sua greve pelo ambiente sozinhos, tentando reaver a terra que só
poderemos devolver-lhes em péssimas condições.
Senão vejamos quantos se interessaram por esse tema…
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