A quem, como comigo aconteceu, teve de conviver
com a Ciência e, por isso, dela conhece as exigências, os métodos e os propósitos,
não pode deixar de fazer confusão a insistência da liberalização da canábis, invocando
efeitos terapêuticos que parecem longe de serem aqueles que se apregoam.
Nas pesquisas que fiz não encontrei razões
determinantes das virtudes que lhe atribuem, sendo a mais antiga a de um Imperador
chinês que a menciona, há cerca de 5000 anos, na sua lista de plantas terapêuticas.
Não havia então laboratórios como os que agora
permitem selecionar e dosear os medicamentos, em vez da cultura livre que se deseja
autorizar para produzir canábis para fumar.
Em qualquer tratamento, a dosagem do
princípio activo deve ser correcta e bem definida, o que não acontece nas
plantas onde a concentração varia muito.
Diversos estudos mostraram a ineficácia da
canábis no tratamento dos males em que se diz eficaz e não mais do que alguns
efeitos de curtos prazo serão de esperar com o seu uso.
A liberalização da droga como combate à própria
droga, como há quem defenda, é assunto em que me não meto porque não sei o
bastante para o fazer, não muito mais do que “o fruto proibido é o mais
desejado”, para além da desvalorização do que hoje faz milionários em cartéis
que dominam vastas áreas no mundo.
Mas liberalizar uma droga, a ponto de quem
quiser a poder produzir, invocando razões médicas que estão longe de estarem
claramente provadas, é outra questão que, certamente, poderá originar sérios
equívocos.
Tudo isto me faz lembrar um ditado que, quase
por certo, a maioria desconhece “dói-te a barriga? Esfrega com uma urtiga!”.
Só quem não conheça os efeitos da urtiga
sobre a pele, não saberá que, perante eles, a dor de barriga é um mal menor!
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