Ainda que apenas em Outubro a questão da
substituição ou continuação de Joana Marques Vidal como Procuradora Geral da
República se coloque, a ministra da Justiça, Francisca Van Dunen, resolveu
adiantar a questão e afirmar o seu entendimento de o mandato não ser
prorrogável, abrindo uma discussão da qual, como é seu hábito, António Costa
logo se pôs de lado, afirmando, naquele seu jeito de passar por entre os pingos
da chuva, não ser agora, a altura para tratar desse assunto.
Mas a confusão está lançada, assim como os
desentendimentos que a questão coloca e as suposições sobre a razão de ser de
uma atitude tão fora de tempo e sem uma razão de ser clara para ser falada agora.
Uma coisa é certa, é que durante o mandato de
Marques Vidal a PGR enfrentou poderes e situações das quais antes foi incapaz.
A atitude de Van Dunen dá que pensar e não
pode deixar de ter um propósito para além da simples substituição de alguém que
ocupa um cargo, para que se não torne numa simples atitude sem sentido, o que
não é próprio de um membro do governo.
Qual será?
Como qualquer outro cidadão, tenho o direito
de reflectir sobre o que acontece, sobre o que pode afectar as minhas
conveniências, os meus direitos e, também, a ter a minha opinião sobre o que
poderá ser a razão de ser da “ansiedade” da ministra da Justiça que quer correr
com a Procuradora reduzindo, desde já, a sua capacidade de intervenção.
Será por que?
A verdade é que são tantos os processos em
curso cujos desfechos podem mudar o modo de vivar em Portugal, acabando com a tradicional
impunidade dos poderosos que impedir que cheguem ao seu fim, pode ser o modo de
evitar a mudança que os poderosos obviamente não desejam!
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