ACORDO ORTOGRÁFICO

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quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

POR QUE?



Ainda que apenas em Outubro a questão da substituição ou continuação de Joana Marques Vidal como Procuradora Geral da República se coloque, a ministra da Justiça, Francisca Van Dunen, resolveu adiantar a questão e afirmar o seu entendimento de o mandato não ser prorrogável, abrindo uma discussão da qual, como é seu hábito, António Costa logo se pôs de lado, afirmando, naquele seu jeito de passar por entre os pingos da chuva, não ser agora, a altura para tratar desse assunto.
Mas a confusão está lançada, assim como os desentendimentos que a questão coloca e as suposições sobre a razão de ser de uma atitude tão fora de tempo e sem uma razão de ser clara para ser falada agora.
Uma coisa é certa, é que durante o mandato de Marques Vidal a PGR enfrentou poderes e situações das quais antes foi incapaz.
A atitude de Van Dunen dá que pensar e não pode deixar de ter um propósito para além da simples substituição de alguém que ocupa um cargo, para que se não torne numa simples atitude sem sentido, o que não é próprio de um membro do governo.
Qual será?
Como qualquer outro cidadão, tenho o direito de reflectir sobre o que acontece, sobre o que pode afectar as minhas conveniências, os meus direitos e, também, a ter a minha opinião sobre o que poderá ser a razão de ser da “ansiedade” da ministra da Justiça que quer correr com a Procuradora reduzindo, desde já, a sua capacidade de intervenção.
Será por que?
A verdade é que são tantos os processos em curso cujos desfechos podem mudar o modo de vivar em Portugal, acabando com a tradicional impunidade dos poderosos que impedir que cheguem ao seu fim, pode ser o modo de evitar a mudança que os poderosos obviamente não desejam!


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