Como é evidente, os milagres são raros e só
os desatentos ou ingénuos se convencem de que a resolução dos problemas que enfrentamos
se faz com engenharia financeira que garanta os convenientes valores aos
“indicadores” que, convencionalmente, medem a saúde económica do país mas que,
mostram-no as circunstâncias, não garantem a qualidade de vida a que o povo tem
direito.
Vêmo-lo na segurança, na saúde, na educação e
em outros domínios em que a situação justifica as queixas que
generalizadamente, se manifestam.
E pergunto-me da razão de ser dos elogios
feitos à gestão deste governo que baixa os impostos subindo-os, melhora a saúde
não garantindo os meios mínimos para a garantir, não garante a segurança quando
fenómenos agressivos acontecem, não promove o desenvolvimento de enormes
regiões que, desprezadas, estão em processo de desertificação, não ordena o
território e não promove o melhor aproveitamento dos recursos naturais.
Entretanto queixa-se do passado recente
quando, por uma situação de bancarrota iminente, houve que pedir a ajuda que
nos colocou na dependência de uma troika que, naturalmente, nos impôs a
austeridade que a situação que criámos exigia.
Finalmente, parece ter descoberto que, para além
desse passado recente houve outro passado, gerido pelo Partido Socialista, com
um Governo de que fez parte o actual Primeiro Ministro que, assim o fez notar,
já dele não fazia parte em 2008 quando a “crise” se tornou evidente!
E pasmo como se dizem disparates destes, como
se a crise fosse consequência de um instante, em vez dos erros cometidos no
período de tempo, mais ou menos longo, que o antecedeu.
Esqueceu de quando foi assinado o acordo de
Lisboa, para mim um dos erros maiores da “construção europeia” que Costa agora
critica, mas que eram já evidentes naquela rapidez de alargamento que acumulou
problemas sobre outros que ainda não tinham sido resolvidos.
Não creio que as coisas se encaminhem para
uma situação de estabilidade política quando o próprio Presidente se propõe
desistir dela se as coisas voltarem a correr mal.
Não acredito que o PS alcance uma maioria
absoluta em próximas eleições nem sei como, nessas circunstâncias, a
estabilidade política do país será garantida.
Parece-me que algo mudou nesta senda de
euforia que as contas de Centeno despertaram.
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