ACORDO ORTOGRÁFICO

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quinta-feira, 10 de maio de 2018

A ENCRUZILHADA


Como é evidente, os milagres são raros e só os desatentos ou ingénuos se convencem de que a resolução dos problemas que enfrentamos se faz com engenharia financeira que garanta os convenientes valores aos “indicadores” que, convencionalmente, medem a saúde económica do país mas que, mostram-no as circunstâncias, não garantem a qualidade de vida a que o povo tem direito.
Vêmo-lo na segurança, na saúde, na educação e em outros domínios em que a situação justifica as queixas que generalizadamente, se manifestam.
E pergunto-me da razão de ser dos elogios feitos à gestão deste governo que baixa os impostos subindo-os, melhora a saúde não garantindo os meios mínimos para a garantir, não garante a segurança quando fenómenos agressivos acontecem, não promove o desenvolvimento de enormes regiões que, desprezadas, estão em processo de desertificação, não ordena o território e não promove o melhor aproveitamento dos recursos naturais.
Entretanto queixa-se do passado recente quando, por uma situação de bancarrota iminente, houve que pedir a ajuda que nos colocou na dependência de uma troika que, naturalmente, nos impôs a austeridade que a situação que criámos exigia.
Finalmente, parece ter descoberto que, para além desse passado recente houve outro passado, gerido pelo Partido Socialista, com um Governo de que fez parte o actual Primeiro Ministro que, assim o fez notar, já dele não fazia parte em 2008 quando a “crise” se tornou evidente!
E pasmo como se dizem disparates destes, como se a crise fosse consequência de um instante, em vez dos erros cometidos no período de tempo, mais ou menos longo, que o antecedeu.
Esqueceu de quando foi assinado o acordo de Lisboa, para mim um dos erros maiores da “construção europeia” que Costa agora critica, mas que eram já evidentes naquela rapidez de alargamento que acumulou problemas sobre outros que ainda não tinham sido resolvidos.
Não creio que as coisas se encaminhem para uma situação de estabilidade política quando o próprio Presidente se propõe desistir dela se as coisas voltarem a correr mal.
Não acredito que o PS alcance uma maioria absoluta em próximas eleições nem sei como, nessas circunstâncias, a estabilidade política do país será garantida.
Parece-me que algo mudou nesta senda de euforia que as contas de Centeno despertaram.

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