Neste momento em que o apelo à concertação é um estribilho em todos os discursos sobre a recuperação de Portugal, esta é uma das muitas mensagens que Sócrates quer fazer passar como uma verdade que nem na sua cabeça existe:
O primeiro-ministro (J Sócrates) afirmou esta segunda-feira que há muito tempo que anda a apelar à concertação entre todos os políticos e que Portugal poderia ter evitado muitas situações caso tivesse seguido esse espírito de consenso e de diálogo. (Correio da Manhã, 25 Abril 2011)
Reconhecido pelo seu carácter autoritário, pouco dado a admitir ser contrariado e muito convencido da sua verdade, Sócrates apenas aceita como forma de concertação uma fila de seguidores que acatem, sem discussões, as suas ordens, mostrem estar de acordo com os seus desígnios e, portanto, procedam em conformidade com as suas instruções!
As provas públicas de ser assim vêm de tão longe quanto a sua primeira vitória política e são tantas quantas as que comprovam ser ele um mestre na contradição.
Sócrates é, emocionalmente, um homem isolado, socialmente é um ser detestado mas, politicamente, é um dominador.
Como ouvi dizer a Manuel Maria Carrilho num comentário televisivo, Sócrates é tão mau político quanto é bom candidato, o que só pode significar que é mestre a convencer das virtudes dos seus erros.
De facto ele sabe, em cada momento, o que os menos avisados gostam de ouvir, talvez por ser aquilo que todos dizem em contradição com o que ele havia feito mas que, deste modo, se torna uma “verdade” de Sócrates!
Talvez por isto as suas possibilidades de vencer, de novo, as próximas eleições são inversamente proporcionais às pesadas culpas que todos apontam serem as suas na degradação da situação portuguesa (inquéritos e sondagens da Marktest).
Se for assim, para o povo que gosta de ser enganado, um Primeiro-Ministro a condizer para continuar tudo igual num país em que todos sentem a necessidade de uma mudança!
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