Francamente, penso que foi tarde e a más horas que esta crise política se abriu. Tudo indicava que ela era inevitável e que uma nova era deveria começar.
Passou demasiado tempo, desde as últimas eleições que todos sentimos terem sido influenciadas por um conjunto de habilidades e truques que retiraram aos eleitores a informação que deveriam ter para votarem esclarecidos, tendo o governo ou José Sócrates jogado com uma série de circunstâncias que deram origem aos equívocos que conduziu o país a uma situação complicada.
Se isto comprova um estilo oportunista do governo denota, também, falta de destreza da oposição, sobretudo do PSD que nunca reagiu a tempo às armadilhas que lhe foram armadas. Recheado de razões, nunca as utilizou correctamente nem lhes fez corresponder as consequências que seriam de esperar.
Isto faz temer que a situação de ruptura agora criada possa não atingir objectivos satisfatórios o que, a ser assim, a pode tornar, além de inútil, perversa.
A “maioria” que derrubou Sócrates não é uma maioria homogénea porque não tem um entendimento comum do que seja a via para recuperar o país e nada permite esperar que, de novas eleições, se forme uma maioria com as características de estabilidade política que a solução dos problemas portugueses necessita urgentemente.
Mas, criada que foi, a crise deverá ter uma solução rápida, tão rápida quanto possível para evitar que Portugal tenha de sofrer os males a que dificilmente resistiria.
As declarações dos políticos socialistas, de verdadeiro ressabiamento, não permite esperar o melhor.
Sócrates insiste em não sair da cena política e, com ele, não vejo como constituir a “maioria de salvação nacional” de que o país precisa urgentemente.
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