Sempre fui avesso ao mecanicismo.
Prefiro
a criatividade que torne a realidade melhor.
Por
isso me desagrada fazer contas a granel, sobretudo estas que Centeno tem de
fazer com milhões a passar de um lado para o outro, na tentativa de agradar a uns
e outros que apoiam o Governo na AR e lhe fazem a cabeça em água para cumprir
os princípios com que estamos comprometidos na Europa em que decidimos participar.
Por
isso, Centeno faz, refaz e volta a fazer as contas do orçamento e ninguém
poderá garantir que não volte a ter de faze-las.
É
assim mesmo quando procuramos entender-nos na confusão que é esta economia portuguesa
que, pelo caminho que levou, depende muito mais de outras do que de si própria
e, além disso, está seriamente condicionada por hábitos de consumo em que domina
o de bens supérfluos como a necessidade do crescimento constante exige. Como se
o crescimento contínuo e interminável fosse característica de algo material que exista!
Como
acreditar num crescimento económico seguro que depende de tanta coisa que um
pobre ministro não domina e, sobretudo, se a tendência por todo o lado é
que a actividade económica decresça e as esperançosas economias emergentes,
afinal, submergem?
Para
fazer crescer a nossa economia, a quem vamos vender o que produzirmos? À pobreza
do mundo “subdesenvolvido” ou aos outros que, tal como nós, também se esforçam
por evitar que as suas economias decresçam?
Como
poderão ser garantidos certos direitos que a Constituição consagra se dependem
de circunstâncias que ela não domina?
Como
sustentar certas conquistas da “revolução” se o voluntarismo que as ditou lhes não garante os meios que as consolidem?
Como
impor a outros a nossa vontade soberana que disparates sucessivos fazem minguar, sobretudo aos que não queiram suportar mais os nossos devaneios gastadores?
São,
por isso, muitas as questões a considerar, as circunstâncias a ter em conta
como a excessiva dívida que deixámos acumular, as condições de mercado,
sobretudo as taxas crescentes dos juros que pretendem cobrar e, em
consequência, os riscos que resultam de tantas dúvidas e incertezas.
É
por tudo isto que, a um orçamento político como que feito com cartas de tarô, preferiria
um plano de reconhecimento e aproveitamento dos recursos naturais de que dispomos para, deste modo que exige trabalho em vez das exigências que os supostos direitos ditam,
melhorarmos as nossas condições de vida.
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