ACORDO ORTOGRÁFICO

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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

E SE OS POLÍTICOS OLHASSEM PARA A REALIDADE?



Procuro razões para me sentir feliz com as alterações políticas que aconteceram em Portugal nos últimos tempos. Mas não as encontro porque não acredito nos faz-de-conta por que me dizem que Portugal irá mudar para melhor porque a austeridade vai acabar, em vez de me darem razões sérias e bem fundamentadas que me fizessem acreditar nos benefícios de uma política realista em vez de voluntarista como é esta que resulta de uma estranha mistura de ideias onde parece não caber a realidade que, por mais cegos que queiramos ser, está bem visível diante de nós.
Não me fazia feliz a política austera que o anterior governo adoptou para recuperar o país dos danos causados pelas políticas levianas antes adoptadas que a tornaram inevitável em consequência da situação financeira muito desequilibrada a que conduziram.
Foi um caminho duro que, como tantos outros, tive de percorrer mas que ainda não havia chegado ao seu fim, como a elevada dívida pública e o défice orçamental o demonstram.
Não cheguei a perceber qual seria o caminho que o governo a que chamam de direita nos levaria a percorrer depois de normalizada uma situação que se tornou incomportável. Seria aquele que a realidade do mundo em que vivemos consentiria ou seria o da mesma ilusão que esta esquerda persegue num mundo onde as coisas tanto mudaram sem que a política disso se desse conta!
Simplesmente, penso que se acabaram os tempos de tais distinções e confrontos esquerda-direita quando, perante as dificuldades que cada vez mais são maiores, é indispensável uma cooperação profunda e um total bom senso, sem os quais as dificuldades serão ainda maiores até, um dia, se tornarem insuperáveis.
Ensinou-me a vida que são as contas simples as mais fiáveis, as que mais rapidamente nos mostram a realidade que as complexas contas que vejo fazer apenas momentaneamente encobrem.
É por isso que me preocupo e não acredito nas contas de faz-de-conta que me impingem.
Tudo me diz que a desilusão virá depois quando, ignorando os sinais de uma realidade que cada vez se torna tão preocupante como um furacão, tivermos de enfrentá-la e sofrer os efeitos nefastos do mal que fizemos e que, possivelmente, nos pode merecer o mesmo destino de outras espécies que também fizeram parte da mesma Natureza a que pertencemos.
Continuaremos a seguir ao encontro do furacão que nos pode destruir? 

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