ACORDO ORTOGRÁFICO

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quinta-feira, 3 de março de 2016

ENTRE A FÉ E A DÚVIDA



Parece que o Natal ainda foi ontem e já aí está a Quaresma que nos convida para uma reflexão profunda sobre nós próprios, a nossa razão de ser, a nossa origem e o nosso destino, a menos que à nossa sensibilidade baste sentir que somos meras coisas sem antes nem depois, sem razão de ser ou sentido.
É certo que cada vez menos nos basta acreditar no que esteja escrito, na Bíblia, no Corão, seja em que livro for porque a curiosidade científica não pára de querer saber o que, realmente, se passou.
Por outro lado, há vários modos de dizer as coisas, de interpretar o que se vê, dependendo do conhecimento que tenhamos para o fazer. Daí a necessidade de ter em conta o tempo em que foi escrito.
A Ciência tudo põe em causa. É por isso que investiga, procura, analisa e estuda, mesmo o que, até ali, se considere a maior verdade, para que o conhecimento avance, seja pela confirmação ou pela alteração da verdade que deixou de ser como era.
E, por ser este um caminho que bem conheço, não me deixa surpreendido que a existência de Cristo seja posta em causa e, mesmo até, a sua divindade.
Mas a Ciência não é fantasiosa porque a seriedade é a sua base, o que me não parece ser o que suporta tanta conclusão a que, por aí, se chega por caminhos estranhos onde não encontro razões que me convençam.
Por isso me vou ficando por dúvidas que, aos poucos, tento esclarecer porque não encontrei, ainda, maneira de me satisfazer com o tradicional “porque é assim”!
Tenho de sentir as coisas para as aceitar, mesmo quando não sou capaz de as explicar totalmente.
De uma coisa eu sei na minha ignorância do que sejam o infinito e a eternidade, é que do nada nada pode resultar e, por isso, algo haverá que seja a razão de ser de tudo quanto exista.
Aceito o princípio que me faz nascer da cinza e em cinza me vai tornar. Mas nunca aceitaria o de não ser mais do que isso, porque, como é costume dizer-se, "não nasci das tristes ervas" e sinto que tenho uma razão de ser, a força da qual resultou tudo aquilo de que me dou conta.
Chamem-lhe Deus ou o que seja! Mas existe. 
Se não existisse, para que serviriam as preocupações que tenho, as causas que defendo, os princípios que aceito e os comportamentos que adopto? 


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