ACORDO ORTOGRÁFICO

O autor dos textos deste jornal declara que NÃO aderiu ao Acordo Ortográfico e, por isso, continua a adoptar o anterior modo de escrever.

quinta-feira, 3 de março de 2016

ENTRE MARIDO E MULHER…



Ler ou ouvir esta notícia, “No ano 2015 foram assassinadas 29 mulheres em Portugal e houve 39 tentativas de homicídio, sendo que a esmagadora maioria dos crimes - 87% - foram cometidos “pelas mãos daqueles com quem mantinham ou tinham mantido relações de intimidade”, lê-se no Relatório Anual Final do Observatório de Mulheres Assassinadas, da União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR)”, só pode deixar-nos, para além de horrorizados, cheios de indignação que a observação de certos casos extremos torna ainda maior.
Em Inglaterra, uma mulher, mãe de três filhos, farta de tanto terror e sofrimento ao longo de muito tempo, decidiu acabar com o silêncio e mostrar fotografias que que revelam uma violência brutal a que os filhos, também eles, eram expostos.
Mais conta a notícia que o marido, de 56 anos, autor das agressões e que até usou uma tesoura para violentá-la sexualmente dentro de sua própria casa, está preso e condenado a 10 anos de cadeia.
Perante isto, pergunto-me se, tal como nos casos de pedofilia, haverá pena que castigue o mal feito.
Dez anos de prisão será pena adequada a muito mais tempo de violência que magoou malvadamente a mulher e os filhos e destruiu as suas vidas?
Para além destes crimes que considero tão suavemente castigados, mesmo quando a violência conduz à morte, quantas mortes acontecerão em “suicídios libertadores” de quem já não consegue suportar mais as dores da agressão?
São crimes públicos que, parece, ninguém denuncia quando deles se apercebe, talvez porque continua vivo o velho princípio de “entre marido e mulher não metas a colher”.
Não defendo o castigo público que tamanhos horrores poderiam justificar, mas também não concordo com o tratamento frouxo que a Justiça dá a situações desumanas que tornam a vida de alguém num inferno que durará para toda a vida.
Parece que, neste domínio, haverá muito que não está ainda feito!

Sem comentários:

Enviar um comentário