Ler
ou ouvir esta notícia, “No ano 2015 foram
assassinadas 29 mulheres em Portugal e houve 39 tentativas de homicídio, sendo
que a esmagadora maioria dos crimes - 87% - foram cometidos “pelas mãos
daqueles com quem mantinham ou tinham mantido relações de intimidade”, lê-se
no Relatório Anual Final do Observatório de Mulheres Assassinadas, da
União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR)”, só pode deixar-nos, para além
de horrorizados, cheios de indignação que a observação de certos casos extremos
torna ainda maior.
Em
Inglaterra, uma mulher, mãe de três filhos, farta de tanto terror e sofrimento
ao longo de muito tempo, decidiu acabar com o silêncio e mostrar fotografias
que que revelam uma violência brutal a que os filhos, também eles, eram
expostos.
Mais
conta a notícia que o marido, de 56 anos, autor das agressões e que até usou
uma tesoura para violentá-la sexualmente dentro de sua própria casa, está preso
e condenado a 10 anos de cadeia.
Perante
isto, pergunto-me se, tal como nos casos de pedofilia, haverá pena que castigue o
mal feito.
Dez
anos de prisão será pena adequada a muito mais tempo de violência que magoou malvadamente a
mulher e os filhos e destruiu as suas vidas?
Para
além destes crimes que considero tão suavemente castigados, mesmo quando a
violência conduz à morte, quantas mortes acontecerão em “suicídios libertadores”
de quem já não consegue suportar mais as dores da agressão?
São
crimes públicos que, parece, ninguém denuncia quando deles se apercebe, talvez
porque continua vivo o velho princípio de “entre marido e mulher não metas a
colher”.
Não
defendo o castigo público que tamanhos horrores poderiam justificar, mas também
não concordo com o tratamento frouxo que a Justiça dá a situações desumanas que
tornam a vida de alguém num inferno que durará para toda a vida.
Parece
que, neste domínio, haverá muito que não está ainda feito!
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