Os
políticos já terão sido mais habilidosos. Perderam o jeito àquele seu jeito de
mistificar ou seremos nós que, cada vez mais conhecedores das suas artes já de pouca
arte, nos vamos dando melhor conta de que a sua magia não passa de
mistificação e de que das suas cartolas, afinal, não saem coelhos?
Serão
os coelhos dóceis que rareiam ou os ratos, mais ariscos, que por aí abundam que lhe tomaram a vez?
Aqui, ali ou no fim do mundo…
Tal como
o mito do Pai natal, também este se esgotou. Passou o seu tempo e, agora, não
há quem receba e dê resposta àquelas cartas em que, pelo excelente
comportamento que tivemos, tentamos justificar as prendas que merecemos!
Haverá
uns charlatães que o imitam, mas apenas nas vestes e na farta barba branca que foi amarelecendo ao lado de um saco que o tempo esvaziou também.
Já
nem um Pai Natal de jeito de arranja nestes tempos!
Também,
nos tempos da antiga Roma, se dizia que à mulher de César não bastava ser séria.
Por isso se lhe exigia que, pelos seus comportamentos e atitudes, o parecesse
também. Até que deixaram de o ser e, mais do que isso, deixaram de sentir a preocupação
de sérias se fazerem parecer.
São
os valores dos novos tempos em que a hipocrisia que se tornou virtude e a má
educação o nobre dom da frontalidade!
É
tudo isto que os políticos me fazem lembrar. Mitos desfeitos, magos sem magia,
santos sem virtude, gente que abandalhou a arte verborrágica que, em tempo de vacas gordas, Disraeli subtilizou.
E
poderia perder-me aqui a falar de coisas que a ficção ou a História nos podem
fazer recordar, mas não creio que adiante alguma coisa perder tempo a pintar um
quadro que outros já pintaram, pois não passaria de mais um.
A
questão do orçamento de estado que, entre Herodes e Pilatos, espera a sua
sentença de morte ou de uma desejada absolvição, é mais do que bastante para nos fazer pensar no que se passa
e temer o pior, porque a seguir vem a via sacra que percorreremos com
dor, sem saber se ou quando chegaremos a qual Calvário, porque as coisas já não
são o que eram e, até, os caminhos mudaram!
Terá
havido, alguma vez, discurso mais ridículo do que este, do diz e diz que não
diz, em que nos dizem que está tudo certo, mas que novas medidas de austeridade,
as de uma famoso plano B que só o governo e Bruxelas conhecem, só serão tomadas SE
ou QUANDO forem necessárias?
Obviamente, é para isso que existem os planos B.
Burrice seria se não existisse, como deve existir em todos os planos bem gisados, porque um plano não é, de todo, uma certeza.
Burrice seria se não existisse, como deve existir em todos os planos bem gisados, porque um plano não é, de todo, uma certeza.
Mas, será que não existe mesmo, será o que Bruxelas pensa ou os que
Jerónimo e Catarina magicaram?
Assim
já serão três, se não houver por aí ainda mais uns quantos...
A História também deles dá conta.
A História também deles dá conta.
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