Acabei
de ouvir, na radio do meu carro e como notícia de última hora, a morte de
Nicolau Breyner.
Fiquei
especialmente triste por se tratar de um actor que muito apreciava pelo seu
variado e especial talento.
E
veio-me à memória o modo como o vi pela primeira vez.
Foi
na visita da Raínha Isabel II de Inglaterra a Lisboa, em 1957.
As
ruas assinaladas para o percurso real através de Lisboa estavam apinhadas e
dificilmente alguém mais atrasado arranjaria, em qualquer passeio, um lugar a partir do qual
se pudesse ver a Magestade.
Foi,
então, que me dei conta de um grupo de rapazes uns anitos mais novos do que eu, entre os
quais um se distinguia pela sua exuberância.
Na
tentativa de nos chegarmos à frente para poder ver qualquer coisa, o moço desapareceu e voltou, pouco depois,
gritando para os outros: “afinal não passa aqui, passa ali na outra rua…” e
começou a correr para lá, no que foi imitado por muita gente.
Ficaram
livres muitos lugares, de um dos quais me aproveitei, pois a cara gozona do
rapaz não me enganou!
Rapidamente
ele apareceu também e, na primeira fila, vimos passar a Rainha.
Num
livro que escreveu, li que “mais vale viver alegre do que triste” (estou a
citar de memória) e creio que foi o princípio que adoptou na vida que viveu e
na qual, mesmo quando nos queria fazer rir, na sua faceta de actor cómico,
jamais me dei conta de recorrer às piadas rascas que são agora a moda em certos
“cantinhos” da televisão, onde “merda” é a piada mínima para fazer rir!
Por
isso, talvez já não fosse este o seu tempo.
Nesta
vida declarou-se crente numa outra vida que, para além desta, viveríamos. Que
Deus o tenha consigo.
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