ACORDO ORTOGRÁFICO

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segunda-feira, 28 de março de 2016

MUDAR DE DISCO



Como tantas vezes já disse, a “economia” não é uma “ciência” que eu domine. E nem sequer me convence.
Talvez seja melhor dizer que a economia me parece desajustada da realidade, com teorias e técnicas que se não adaptam já às condições em que vivemos.
Desde Smith, Keynes e outros, diversos foram os que contribuíram para o desenvolvimento de técnicas que hoje se revelam inócuas, incapazes de resolver os problemas que era suposto resolverem.
Talvez por isso, há mais de 10 anos que uns aconselham que se faça assim, enquanto outros dizem ser melhor de um outro modo qualquer e até “Prémios Nobel” dão palpites que não resultam nesta economia global que se mantém à deriva.
Onde está aquele polo vigoroso do Pacífico que substituiria o do Atlântico? Onde estão aquelas poderosas economias emergentes que iriam dominar o mundo e já se tinham fortalecido ao ponto de só um enorme cataclismo as poder deitar abaixo? Onde está a riqueza que iria acabar com a pobreza?
Onde está aquela economia próspera que todos esperam?
De vez em quando lá vem um que julga ter descoberto a pólvora e faz um foguete que acaba a rebentar-lhe nas mãos.
O que vale é que haverá sempre quem imprima moeda e mais moeda e a ceda aos mercados ao preço da uva mijona ou até sem preço, como em sucessivas transfusões que jamais resolvem o problema de uma hemorragia que não estanca mais. E lá parece que o “doente” quer arrebitar, mas depressa se vai abaixo, de novo.
O dinheiro, por maior que seja a quantidade que lancem nos mercados, nunca chega para o que dizem ser preciso e, sejam quais forem os esforços desenvolvidos, os protestos continuam, por isto ou por aquilo.
Mas parece-me estranho que, com cada vez mais dinheiro em circulação, os produtores reclamem pelos baixos preços cada vez mais baixos que lhe pagam e não chegam para as despesas que têm, ameaçando não poder continuar com a produção, enquanto ali do lado nos chegam refugos de produções a preços tão absurdamente baixos que nem dariam para os transportar!
Mas os impostos disfarçados de um modo ou de outro vão crescendo e a vida vai atingindo um grau de dificuldade que as promessas incumpríveis que nos fazem já não disfarçam.
Ano após ano, o FMI ou outras entidades quaisquer, daquelas que controlam o mundo financeiro, revêem em baixa as contas que fazem para chegarem à conclusão de que este ano será pior, porque aquele crescimento que se esperava se tornou numa miragem.
Quando será que se convencem que terão de mudar de disco que ajuste a “economia” às condições reais que o tempo foi mudando?
Ou ainda não estarão convencidos de que as coisas mudaram?
Estamos fartos de austeridade. Mas quem sabe se não teremos de nos habituar à penúria!

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