ACORDO ORTOGRÁFICO

O autor dos textos deste jornal declara que NÃO aderiu ao Acordo Ortográfico e, por isso, continua a adoptar o anterior modo de escrever.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

REAVALIAR. O QUE É E PARA QUE SERVE?

Não esperava ver discutido na Assembleia da República o significado de qualquer palavra, muito menos de uma que não apresenta qualquer dificuldade. “Reavaliar” é, simplesmente, avaliar de novo. E se avaliar é determinar o valor de qualquer coisa, facilmente se chegará ao significado mais cabal de “reavaliar”.
Mas não me parece que o significado da palavra seja a questão! Mais me parece que seja “para que serve reavaliar”?
No acordo para a viabilização do OE, o PSD impôs a condição de “reavaliação” de diversas iniciativas do governo, entre as quais os chamados grandes investimentos em obras públicas, onde a discussão sobre a execução imediata do TGV Lisboa – Madrid continua a alimentar o confronto entre os minoritários socialistas e todos os demais.
A “reavaliação” de obras públicas só poderá ter como objectivo o reajustamento da decisão de as executar ou do momento em que mais convém que sejam executadas.
Não consta que, no acordo, seja excepção o caso do troço “Poceirão - Caia” da linha de grande velocidade entre as duas capitais ibéricas que o governo, numa atitude óbvia para criar um facto consumado, se apressou a adjudicar contra o parecer, generalizado, de todas as demais forças políticas para além da que o suporta e de especialistas.
Sendo assim, a sua reavaliação terá de ser feita, ou o acordo não será cumprido.
Se, como o ministro das obras públicas (e que jeito tem Sócrates para escolher os ministros deste sector…) afirmou na AR, a obra vai avançar como previsto, é oportuno perguntar que reavaliação foi feita e quais as conclusões a que chegou? Ficou claro que o empreendimento é proveitoso e que é vantajoso executá-lo nesta altura de enormíssimas dificuldades financeiras?
Porém, depois dele, o ministro das finanças garantiu, também na AR, que o acordo vai ser cumprido, fazendo-o de modo que não exclui o cancelamento da empreitada pois referiu os custos que tal atitude terá. É óbvio que tais custos devem ser levados em conta, como o deverá ser a atitude de, contra tudo e contra todos, a empreitada ter sido, inoportunamente, adjudicada!
Curioso é que, na candidatura conjunta Portugal-Espanha para a organização do Mundial de Futebol, a execução do TGV Lisboa-Madrid até 2013 seja uma das garantias dadas!!!

Sem comentários:

Enviar um comentário