ACORDO ORTOGRÁFICO

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terça-feira, 2 de novembro de 2010

OS DIREITOS QUE (NÃO) TEMOS

Passos Coelho disse algo que merece ser reflectido: “os direitos apenas existem enquanto o Estado os puder garantir”. Esta é uma verdade que só não entende quem não quiser ou não souber pensar.
A verdade é que nos encontramos numa situação em que a garantia de alguns “direitos” está já em causa, do que é prova o Orçamento do Estado que vai ser aprovado na Assembleia da República.
O pior é que todos os demais “direitos” estão em causa também, enquanto a situação económico-financeira não estiver estabilizada.
É óbvio que a situação grave que nos afecta resulta de um Estado demasiado gastador porque assumiu excessivos compromissos, especialmente com um programa de obras públicas que nem os países mais ricos alguma vez tiveram a ousadia de promover.
Nos últimos anos passados a dívida externa portuguesa mais do que duplicou ultrapassando, em valores líquidos, o PIB anual e mais crescerá, ainda, pelos efeitos de inoportunas decisões que só a incompetência pode justificar.
Os resultados negativos de muitas empresas públicas, as ruinosas parcerias público-privadas, negócios como o do terminal de contentores do porto de Lisboa, a inoportuna adjudicação da construção do troço Poceirão-Caia do TGV Lisboa-Madrid, a negociação das portagens nas SCUT’s e outros muitos problemas que significam prejuízos do Estado, logo, encargos que os contribuintes terão de pagar, são provas concludentes da responsabilidade de quem não soube defender os interesses do país ou, em vez deles, defendeu outros.
Foi por tudo isto que me assustou o discurso que hoje ouvi do líder da bancada socialista na AR, reafirmando a oportunidade e a coragem do OE que o governo propõe e cuja viabilização negociou, em resposta a quem o considera um mau orçamento da responsabilidade exclusiva do governo do partido Socialista.
Será que estão estes senhores convencidos do que dizem? Não terão consciência dos disparates que fizeram? Julgam-se os donos da razão ou julgam-nos a todos parvos?
É, inevitavelmente, um pobre país aquele que tenha dirigentes como estes que vêem virtudes nos seus defeitos e, por isso, defendem a continuação dos erros que são causa das “corajosas” medidas que vão infernizar a nossa vida!

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