ACORDO ORTOGRÁFICO

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domingo, 28 de novembro de 2010

A REMODELAÇÃO

Há circunstâncias em que as pessoas mostram melhor o que são, a competência que têm e a capacidade que possuem para enfrentar os problemas.
A “crise”, esta crise que não há maneira de ser resolvida (talvez porque não tenha solução pelas vias prosseguidas), ainda não ensinou nada aos políticos que a deveriam ter evitado e, agora, também não sabem resolvê-la.
Falam, falam, falam, dizem e desdizem, fazem previsões do que nunca acontece, prometem o que não cumprem, afirmam coisas que depressa se vê não serem verdade e envolvem-se em lutas com fantasmas que nunca poderão vencer e, deste modo, vão revelando toda a sua incapacidade para serem responsáveis pelos futuros dos países que, supostamente, governam.
Perante o iniludível fracasso do governo, fala-se agora de uma inevitável remodelação ministerial, na qual, entre outros, a substituição de três ministros parece inevitável.
Teixeira dos Santos, o das Finanças, será vítima por ter cedido às imposições do seu “chefe”, o tal que “puxa sozinho pelo país”, para quem encher o território de infra-estruturas excessivamente extemporâneas é o verdadeiro sinal de progresso, mesmo que tal signifique a ruína que todo o povo suportará.
Outro, o dos negócios Estrangeiros, cometeu a leviandade de contradizer os princípios de “orgulhosamente só” do “chefe” que se considera o “salvador da Pátria” quando não será mais do que o seu coveiro.
O terceiro, o ministro das Obras Públicas, uma espécie de “voz do dono” como o anterior já fora, também será dos que não resistirão à crise porque defender o indefensável é tarefa para os que sempre acabam sendo as vítimas de quem lhes “encomendou o sermão”.
Tudo isto, atendendo às razões pelas quais a remodelação se vai fazer, lembra-me aquela justiça que condena o “executante”, deixando o “mandante” em paz.
Assim, que melhor remodelação poderia haver do que “remodelar” o Primeiro-Ministro a quem já muito pouca gente reconhece competência para o ser, que tem como principal qualidade ser um excelente motivo para novas anedotas e em cujas afirmações já ninguém acredita?
Mas como bom povo que somos, cínico e medroso, fazemos manifestações contra o governo em vez de retirarmos a confiança ao Primeiro-Ministro que a maioria de nós escolheu!

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