ACORDO ORTOGRÁFICO

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quarta-feira, 10 de novembro de 2010

TÊM AS CRISES UM LIMITE?

Esta crise que parece não ter mais fim possui, para além do seu tempo de duração que ainda ninguém foi capaz de determinar, a característica de ser mundial! Nenhuma outra crise anterior o fora.
Do que me pude aperceber ao longo do muito tempo que já por aqui ando e que a história das crises pode confirmar, é que o intervalo entre crises foi decrescendo ao longo do tempo, enquanto as áreas abrangidas se foram ampliando até que, como nesta, a crise abrange o mundo inteiro.
Outro pormenor a ter em conta é que o “mundo” directamente afectável por crises financeiras se foi tornando maior, com um enorme crescimento na última década quando países tão populosos como a China e a Índia se tornaram economias com muito peso no contexto mundial, mesmo que a maior parte das suas populações ainda não tenha sentido os seus benefícios.
O consumo crescente de recursos que uma população cada vez maior reclama e que tende a duplicar nos próximos anos, coloca outra questão que terá de voltar à ribalta das preocupações: a capacidade de suporte do nosso planeta.
Sendo que todos os recursos naturais são finitos, não será possível promover continuadamente o seu consumo como o actual modo de viver consumista exige. Este factor de desequilíbrio acentuar-se-á à medida que o número de consumidores e os níveis de consumo aumentam.
Por outro lado, como a “riqueza” global não pode exceder o valor dos recursos disponíveis há, necessariamente, um limite para o nível médio de consumo que, sem uma contenção que o racionalize, acabará, fatalmente, por decrescer, eventualmente através de um colapso desestabilizador.
Começa a ficar cada vez mais evidente a escassez de recursos, bem como os danos ambientais resultantes do consumo excessivo. Não tardará muito tempo para ficar provado que também as crises foram provocadas pelo consumismo que é indispensável ao crescimento.
Se for assim, será o fim da sociedade de consumo como a conhecemos, em consequência de uma crise global que apenas artificialmente poderá ter um fim.

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