Esta crise que parece não ter mais fim possui, para além do seu tempo de duração que ainda ninguém foi capaz de determinar, a característica de ser mundial! Nenhuma outra crise anterior o fora.
Do que me pude aperceber ao longo do muito tempo que já por aqui ando e que a história das crises pode confirmar, é que o intervalo entre crises foi decrescendo ao longo do tempo, enquanto as áreas abrangidas se foram ampliando até que, como nesta, a crise abrange o mundo inteiro.
Outro pormenor a ter em conta é que o “mundo” directamente afectável por crises financeiras se foi tornando maior, com um enorme crescimento na última década quando países tão populosos como a China e a Índia se tornaram economias com muito peso no contexto mundial, mesmo que a maior parte das suas populações ainda não tenha sentido os seus benefícios.
O consumo crescente de recursos que uma população cada vez maior reclama e que tende a duplicar nos próximos anos, coloca outra questão que terá de voltar à ribalta das preocupações: a capacidade de suporte do nosso planeta.
Sendo que todos os recursos naturais são finitos, não será possível promover continuadamente o seu consumo como o actual modo de viver consumista exige. Este factor de desequilíbrio acentuar-se-á à medida que o número de consumidores e os níveis de consumo aumentam.
Por outro lado, como a “riqueza” global não pode exceder o valor dos recursos disponíveis há, necessariamente, um limite para o nível médio de consumo que, sem uma contenção que o racionalize, acabará, fatalmente, por decrescer, eventualmente através de um colapso desestabilizador.
Começa a ficar cada vez mais evidente a escassez de recursos, bem como os danos ambientais resultantes do consumo excessivo. Não tardará muito tempo para ficar provado que também as crises foram provocadas pelo consumismo que é indispensável ao crescimento.
Se for assim, será o fim da sociedade de consumo como a conhecemos, em consequência de uma crise global que apenas artificialmente poderá ter um fim.
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