O OE foi viabilizado e, em resposta, os “mercados” aumentaram as taxas para a dívida a 10 anos para um máximo histórico que se aproxima muito dos 7%!
Afinal, a viabilização do Orçamento que, muitos diziam, era indispensável para a nossa imagem perante os que podem emprestar-nos dinheiro, não surtiu o efeito esperado. As pressões de tanta gente e da própria UE, às quais o PSD acabou por ceder, não terão sido os mais sensatos.
De facto, se eu fosse os “mercados” ficaria bem mais tranquilo com a reprovação do OE do que com aquilo que se passou pois, tanto pelos erros que já cometeu como pelo modo como não soube, nem poderia saber, defender o indefensável Orçamento, o governo não dá garantias de ser capaz de levar o país por bons caminhos.
Não sei se Passos Coelho será capaz de fazer tudo o que é necessário para reequilibrar Portugal, o que não é, de todo, fácil. Mas, concordando com a verdade “lapalissiana” de Cavaco Silva quando diz que só uma mudança na orientação económica poderá resolver os problemas concretos das pessoas que não serão solucionáveis com ilusões ou com utopias, ele será uma mudança e, por isso, uma esperança a ter em conta.
É óbvio que sem uma mudança profunda o caminho para o abismo continuará. A teimosia de um governo que se comporta como um poder absoluto mesmo sendo minoritário, não é segurança para ninguém. Porque o seria para os “mercados”?
A Sócrates, porém, é devido o reconhecimento de uma habilidade inigualável para gerir oportunidades, no que foi inexcedível tanto no momento das últimas eleições legislativas das quais saiu vencedor minoritário como no deixar correr do tempo até neutralizar a capacidade presidencial para dissolver a Assembleia da República e, assim, criar a situação insólita que levou tantos a pensar que o melhor seria deixá-lo continuar.
Mas o que nasce torto é difícil de endireitar. Foi evidente o “empenhamento” do ministro das finanças quando rompeu as negociações que retomou forçado. Foi notória a sua revolta interior quando, no Plenário da AR, afirmou o que todos já sabiam mas, simploriamente, esperavam esconder dos “mercados”: este acordo acabará dentro de seis meses.
O PSD também já o tinha dito quando afirmou que Sócrates teria de passar pela humilhação de ser demitido!
Enfim, tudo não passou de um arremedo de paródia que teve como desfecho o que nem PS nem PSD desejavam!
Afinal, quem o desejava?
(jornal de gaveta) Este site utiliza cookies para ajudar a disponibilizar os respetivos serviços, para personalizar anúncios e analisar o tráfego. As informações sobre a sua utilização deste site são partilhadas com a Google. Ao utilizar este site, concorda que o mesmo utilize cookies.
ACORDO ORTOGRÁFICO
O autor dos textos deste jornal declara que NÃO aderiu ao Acordo Ortográfico e, por isso, continua a adoptar o anterior modo de escrever.
Parabéns amigo, tu tens coragem de emitir os teus direitos, tantos outros que se omitem quando é hora de mostrar aos vossos gonvernantes que eles não são os donos da verdade. TADM
ResponderEliminar