Ao que creio, ainda não está fechado o
processo dos numerosos plágios de que acusam o Toni Carreira e já outro
acontece, este no chamado festival da Eurovisão, com uma canção que, conforme a
audição do que dizem ser o seu original, é uma autêntica réplica deste.
Que as combinações musicais não são infinitas…
blá, blá blá, estas coisas podem acontecer.
Evidentemente que podem e até poderá ser o
caso da canção de Diogo Piçarra que não é difícil de reparar ser igual a um já
velho cântico da IURD, de 1979, mas, mesmo assim, está a ser acusado de plágio
que diz não se tratar de mais do que uma “coincidência irónica e cómica”, pelo
que vai continuar a defendê-la, confiante no apoio dos que admiram o seu
trabalho.
Diz-se, pois, de consciência tranquila o
autor e intérprete de uma das canções vencedoras numa das eliminatórias para
encontrar outro Salvador.
Lembro-me de, há muitos anos, eu ter tido a
veleidade de fazer uma canção que seria cantada numa daquelas festas de Verão
que a rapaziada fazia quando se encontrava nas férias. E comecei a trauteá-la
para que o meu amigo Quim a tocasse no seu acordéon, já que eu, de música, mal
conheço o dó-ré-mi.
Quanto admirado fiquei porque, logo depois da
primeira frase musical ele continuou, sozinho, o meu original, explicando-me
que nada mais fizera do que dar continuação a uma ideia vulgar, como acontece
no linguajar pouco elaborado que a maioria utiliza.
Pois eu creio que terá sido isto que
aconteceu ao Diogo a quem ocorreu uma ideia igual à do tal “pastor” da IURD e
ambos a continuaram do mesmo modo simplório, como convém aos cânticos que devem
ser facilmente assimilados para serem cantados em assembleias, sem grandes desvios
nem desafinações.
E eu pergunto-me se, mesmo assim, se trata ou
não de um plágio. Penso que não porque, naturalmente, não posso plagiar o que
não conheço.
Mas quanto à questão de autoria… já me parece
que o autor será o que a descobriu primeiro.
Então como vai Diogo continuar a defender uma
canção casualmente duplicada?
Enfim, seja como for, o sucedido não abona
muito a qualidade das canções apresentadas, das quais a agora acusada de ser plágio
foi uma das mais apreciadas!
Há belíssimas canções de autores portugueses
que, pelos vistos, pouco ou nada se interessam por estes festivais.