ACORDO ORTOGRÁFICO

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quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

É URGENTE RECUPERAR O TEJO, CUSTE O QUE CUSTAR



Mesmo sem a certeza absoluta que só as análises podem determinar, a influência da rejeição de águas residuais das celuloses, quer porque são cerca de 90% das que são feitas naquele troço do rio, além da muito elevada carga orgânica que contêm, era a causa mais provável da poluição elevadíssima que se verificou no rio Tejo.
E foi isso que ouvi no vídeo que o Sr Arlindo Marques colocou na net, o que lhe valeu a reclamação de uma elevadíssima indemnização – dizem-me que de 650.000 euros – por levantar falsos testemunhos, já que a celulose não era, de todo, a causa do que acontecia na “morte do Tejo”.
Há dezenas de anos, quando o meu caminho para “casa” por ali passava, já a poluição produzida por aquela indústria era bem notória no ar e na água, com uma população conformada pelos empregos que proporcionava e com uma floresta onde o eucaliptal ganhava espaço a olhos vistos.
Estas coisas podem diluir-se ao longo de algum tempo, mas sempre chegará um dia em que os limites são atingidos e as consequências impossíveis de continuar a aguentar.
Numa notícia que agora leio, a Celtejo abriu as portas à comunicação social para dar conta da nova estação de tratamento de águas residuais que melhorará a qualidade dos efluentes rejeitados no Tejo, com isso demonstrando os seus cuidados com o Ambiente e, ao mesmo tempo, fazer uma demonstração da sua inocência no drama que o Tejo e as gentes que dele vivem suportam com a situação de elevada poluição criada.
Curiosamente, a Agência Portuguesa do Ambiente, em consequência de análises químicas a que procedeu, foi muito clara na afirmação de serem os efluentes das fábricas de celulose os responsáveis, pelo menos maiores, na situação verificada, apesar de outras análises ainda a fazer a utilizadores menores do Tejo como receptor final, dada a enormíssima quantidade de caudais descarregados.
A indústria da pasta de papel tem sido influente na economia portuguesa, mas, pelas consequências que têm, tanto na floresta como no meio hídrico, não sei se ela é positiva ou negativa no que aos interesses de todos nós diz respeito.
Finalmente, é quando uma nova estação de tratamento está para começar a funcionar, a qual, acredito que ainda que tarde e a más horas pudesse minimizar os efeitos das descargas, que as condições de emissão impostas deverão ser alteradas, tendo em vista as variações de caudais que as alterações climáticas estão a causar.
Também no que diz respeito à floresta, as extensas áreas de eucaliptal são prejudiciais à estabilidade das camadas freáticas que afectam de modo excessivo, tornando mais graves as consequências das secas que, porventura, serão cada vez mais severas.
Finalmente, as consequências na vida do Tejo e na economia de tanta gente que dele vivia.

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