ACORDO ORTOGRÁFICO

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segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

VAMOS CONTINUAR A USAR SACOS DE PLÁSTICO?



Tenho ouvido falar na intenção de proibir os sacos de plástico não biodegradáveis, daqueles que, a cada dia, se consomem aos milhões para transportar as compras feitas nos supermercados e outras coisas.
É verdade que o plástico dá muito jeito, é de uma utilidade enorme, mas há muito que se tornou numa praga que faz do mundo um verdadeiro e perigoso caixote do lixo.
Leve, barato, adaptável a variadíssimas utilizações, o plástico tornou-se praticamente indispensável e é, por isso, dos materiais mais utilizados no dia a dia.
Ocupa, pois, um lugar cimeiro no lixo que produzimos e do qual, depois, temos de nos desembaraçar, simplesmente deitando-o no chão, nos rios, nos lagos, no mar ou depositando-o em lixeiras a maioria sem controlo.
Porque a sua decomposição necessita de um longo período de tempo, centenas de anos, é fácil encontrar restos de plástico em qualquer lado. Como o mar acaba por ser o depósito final de tudo que as escorrências sobre os continentes arrastam, a quantidade de plástico que nele se acumula é já imensa, formando enormes ilhas flutuantes nos vários oceanos, cuja área se mede já por milhões de quilómetros quadrados.
Os plásticos vão endurecendo, dividindo-se em partículas menores, algumas tão pequenas que se misturam com o plâncton de que os peixes se alimentam, assim originando problemas directos que afectam e vão destruindo o seu aparelho digestivo e indirectos que derivam da toxicidade que acumulam no seu corpo que, mais tarde, pode fazer parte da nossa alimentação.
Os seres vivos aquáticos encontram-se, pois, vulneráveis aos plásticos, sobretudo o de menores dimensões que se acumulam nos seus corpos com a água que aspiram para respirar ou engolem quando se alimentam de peixes menores.
Até os peixes e em outros seres vivos marinhos de grandes dimensões que acumulam, nos seus corpos, quantidades enormes de plásticos, medindo-se por muitas centenas de quilogramas a quantidade de plástico que tem sido encontrada e carcaças de baleias, por exemplo.
Os cientistas investigam os riscos dos microplásticos que são graves, desde a redução nutricional que a destruição do sistema digestivo dos animais provoca, assim como a acumulação de toxinas que afecta a reprodução das espécies.
Já são graves e muito bem visíveis os problemas causados pela redução das quantidades pescadas pela redução das populações aquáticas, a qual não resulta apenas das quantidades crescentes de pesca imposta pelas necessidades alimentares de uma população cada vez mais numerosa, mas também pelos efeitos da toxicidade dos plásticos que afecta os processos biológicos do crescimento e da reprodução destes animais.
A enorme acumulação de plásticos nos oceanos não tem apenas estes efeitos referidos mas contribui, também, para a redução da sua capacidade de absorção de dióxido de carbónico que, conjuntamente com a excessiva redução das florestas húmidas, faz crescer a sua concentração na atmosférica, o que aumenta o efeito de estufa que é causa das alterações climáticas que já tantos danos nos causam.
Estou certo, porém, que não será ainda durante a minha vida que, apesar dos riscos sérios que dela resultam, se acabará com a utilização dos sacos de plástico.

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