Alfredo
Barroso considera que, com o convite feito a Mário Draghi, presidente do Banco
Central Europeu, para participar numa reunião do Conselho de Estado, Marcelo
deu o seu “primeiro grande golpe” de uma estratégia que tem por objectivo “desfazer
a maioria de Esquerda”, assim como renova o seu alerta sobre o erro que os
portugueses terão cometido ao eleger como Presidente da República “um velho
admirador de Salazar”, o que, por isso, poder ser “dramátic(o) para a nossa
democracia”.
Os
elogios de Draghi aos resultados alcançados pelo anterior governo, a
necessidade de os preservar e reforçar, bem como as sugestões que fez para que
sejam tomadas mais medidas de controlo financeiro, se revejam a Constituição e a
Lei Eleitoral não foram, com certeza, simpáticas a Barroso que as considerará
afrontas à maioria quantitativa de esquerda cuja natureza será o maior obstáculo ao seu futuro.
Não
me parece que seja deste modo que a participação do presidente do Banco Central
Europeu neste Conselho de Estado deve ser avaliada, mas sim pela oportunidade
que foi para os “conselheiros” conhecerem e esclarecerem o modo como Portugal é
visto numa das mais importantes instituições europeias, porventura a que mais o
pode ajudar enquanto a situação financeira portuguesa se não regularizar. O que
estamos muito longe de conseguir.
A
teoria da conspiração na qual Barroso faz deste convite a Draghi o primeiro
grande golpe contra a maioria de esquerda, não faz, quanto a mim, qualquer
sentido, sobretudo porque se baseia na afirmação de ser Marcelo que os
portugueses, em maioria, elegeram seu Presidente, um velho admirador de Salazar.
É
de razões como esta, sem qualquer razão, que se fazem os preconceitos que jamais podem sustentar uma
teoria.
Não
entendo que democracia Barroso vê ameaçada se não aceita uma decisão da maioria do
povo como aquela que deve respeitar!
Por
certo não será pelos “golpes de Marcelo” que a “maioria” não conseguirá
resistir às dificuldades que a si mesma vai criar, para além de outras razões
que impedem a solução de idênticos problemas que se propagam, qual praga, pelo
mundo inteiro.
Penso,
até, que o que disse Draghi não seria muito diferente se, em vez deste, o governo fosse aquele
que os resultados eleitorais sugeriram.
As contas far-se-ão quando a realidade falar mais alto.
As contas far-se-ão quando a realidade falar mais alto.
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