ACORDO ORTOGRÁFICO

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sábado, 9 de abril de 2016

MARCELO E A MAIORIA QUANTITATIVA DE ESQUERDA, SEGUNDO ALFREDO BARROSO



Alfredo Barroso considera que, com o convite feito a Mário Draghi, presidente do Banco Central Europeu, para participar numa reunião do Conselho de Estado, Marcelo deu o seu “primeiro grande golpe” de uma estratégia que tem por objectivo “desfazer a maioria de Esquerda”, assim como renova o seu alerta sobre o erro que os portugueses terão cometido ao eleger como Presidente da República “um velho admirador de Salazar”, o que, por isso, poder ser “dramátic(o) para a nossa democracia”.
Os elogios de Draghi aos resultados alcançados pelo anterior governo, a necessidade de os preservar e reforçar, bem como as sugestões que fez para que sejam tomadas mais medidas de controlo financeiro, se revejam a Constituição e a Lei Eleitoral não foram, com certeza, simpáticas a Barroso que as considerará afrontas à maioria quantitativa de esquerda cuja natureza será o maior obstáculo ao seu futuro.
Não me parece que seja deste modo que a participação do presidente do Banco Central Europeu neste Conselho de Estado deve ser avaliada, mas sim pela oportunidade que foi para os “conselheiros” conhecerem e esclarecerem o modo como Portugal é visto numa das mais importantes instituições europeias, porventura a que mais o pode ajudar enquanto a situação financeira portuguesa se não regularizar. O que estamos muito longe de conseguir.
A teoria da conspiração na qual Barroso faz deste convite a Draghi o primeiro grande golpe contra a maioria de esquerda, não faz, quanto a mim, qualquer sentido, sobretudo porque se baseia na afirmação de ser Marcelo que os portugueses, em maioria, elegeram seu Presidente, um velho admirador de Salazar.
É de razões como esta, sem qualquer razão, que se fazem os preconceitos que jamais podem sustentar uma teoria.
Não entendo que democracia Barroso vê ameaçada se não aceita uma decisão da maioria do povo como aquela que deve respeitar!
Por certo não será pelos “golpes de Marcelo” que a “maioria” não conseguirá resistir às dificuldades que a si mesma vai criar, para além de outras razões que impedem a solução de idênticos problemas que se propagam, qual praga, pelo mundo inteiro.
Penso, até, que o que disse Draghi não seria muito diferente se, em vez deste, o governo fosse aquele que os resultados eleitorais sugeriram.
As contas far-se-ão quando a realidade falar mais alto.



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