Para
quem não esteja a par do que, em pormenor, se passa no Brasil, talvez hoje um
dos países do mundo com a classe política mais corrupta do mundo, não é fácil
julgar criteriosamente a legalidade do que sucedeu no Parlamento em Brasília
quando, por uma maioria impressionante, decidiu continuar o processo de “impeachment”
da Presidente Dilma Roussef que o considerou um golpe.
Para
um observador longínquo e independente, como eu sou, esta questão do “golpe”
parece-me redundante perante a manifestação popular que não deseja a sua
continuação à frente da governação do país.
Pode
até ser Dilma a anjinha inocente que, ao longo de anos em que “mensalões”, “lava
jatos”, além de outros processos de corrupção que espoliaram o povo brasileiro, não se
deu conta do que, à sua volta se passava. Pode ser a ingénua que convida Lula
para um cargo estranho de ministro para o livrar da “injustiça” da Justiça que
pretende investigar crimes que as aparências indicam que possa ter cometido.
Enfim,
pode ser Dilma tudo o que se quiser, até a mais digna e fiel das criaturas, mas
que é alguém agarrado ao poder que, a todo o custo deseja conservar contra a
vontade da maioria do povo brasileiro, disso não pode ficar qualquer dúvida.
De
que servirá o argumento de que foi eleita por 59 milhões, se esses e muitos
mais, agora a não desejam?
Ou
não passará a democracia de uma sucessão de ditaduras periodicamente
legalizadas pela presunção de que a maioria tem razão?
Que
apoios terá Dilma ido procurar fora do país para travar um processo no qual
parece ter o destino traçado?
É
difícil acreditar que esteja limpo quem, de corpo inteiro, mergulhou na lama e de uma coisa não posso
esquecer-me neste momento em que Dilma pretende ser santa no meio de tantos demónios.
É daquele dito popular “tão ladrão é o que vai à vinha como o que fica ao
portão”.
Mas a questão mais importante será a de saber o que virá depois da Dilma…
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