Não
será a voz da mãe que se ouviu pela primeira vez e ficou gravada para a vida
inteira, a voz do pai que orientou os primeiros passos ou a de qualquer um
daqueles que, por um sentimento particular se tornaram especiais sejam quais
forem o seu tom, o seu timbre ou a sua musicalidade, a voz que hoje se
evidencia.
Serão
as vozes que, de algum modo, se tornaram “património” de uma sociedade, de um
povo, de um país ou do mundo inteiro.
Serão
vozes que a rádio, o grande veículo da voz, fez ouvir e tornou inconfundíveis.
A
Rádio apareceu em Portugal muito pouco antes de eu nascer. Sou assim, um dos
ouvintes mais antigos desta forma de transmitir que não trocaria por outra!
Ouvi
as maiores e mais inconfundíveis vozes da rádio, infelizmente já desaparecidas
mas que teriam, ainda hoje, lugar entre as melhores, dentre as quais distingo,
para além do inconfundível Fernando Pessa, Maria Leonor e Pedro Moutinho cujo
rigor de locução era inultrapassável.
É
à deles que, especialmente, dedico a minha homenagem hoje, ainda que outros como
D João da Câmra, Etelvina Lopes de Almeida, Olavo d'Eça Leal, Artur Agostinho, Gina Esteves, Lança Moreira, Igrejas Caeiro, Curado Ribeiro, Isabel Wolmar, Henrique
Mendes e uns quantos mais façam parte do meu memorial de vozes inconfundíveis que
há muito, infelizmente, já não oiço.
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