Obviamente que, em tempos como os que vivemos, é mais fácil ser oposição do que ter a responsabilidade de governar. É mais fácil defender que se pode evitar o corte de um subsídio fazendo contas do que se poderia garantir por outras vias, normalmente fantasiosas, ou alterando os números do OE que, como não pode deixar de ser, são previsões que ninguém pode garantir. Por isso mesmo, a prudência deverá ser a característica básica para evitar desvios negativos que obriguem a retificações mais duras.
O governo, por sua vez, garante o alcance dos objetivos traçados mas afirma não existir a “almofada” que permita dispensar os cortes definidos.
Não será difícil, aos que criticam o OE, tirar dividendos políticos da popularidade da sua posição de crítica a um orçamento muito austero e das suas propostas de alívio que sabem que nunca serão testadas.
Tal como se podem fazer fortunas em tempos de crise explorando as necessidades extremas de muita gente, também se podem conseguir substanciais ganhos políticos com atitudes demagógicas que o sofrimento de muitos não pode deixar de louvar.
Mas é razoável pensar que, neste primeiro ano de OE de austeridade, se privilegie a segurança para que o do próximo ano não seja mais duro ainda. As precauções excessivas que, porventura, a execução do OE revelar, será penhor de alívio da austeridade no futuro e tornará menos duras as condições que nos serão impostas para o indispensável financiamento do Estado.
Apesar disso, sindicatos fazem greves, militares falam em golpe de Estado e até há quem fale em fazer cair o governo na rua!
Os que sempre reclamaram por mais e mais e levaram o país até onde se encontra por ter vivido acima do que as suas posses permitiam, não podem ter sucesso desta vez porque uma despensa vazia não pode alimentar um festim como o seria outro PREC.
Veremos se o povo português vai demonstrar inteligência ou cometer a loucura que levou a Grécia a um beco sem saída.
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