Não acredito que quase metade dos
franceses seja masoquista e prefira continuar no sofrimento que Hollande prometeu
que iria acabar. Ou haverá razões para desconfiar da fartura? Por alguma razão
os franceses descartaram os socialistas do poder há bastantes anos e nós, por
aqui, ainda não esquecemos como a sua política nos endividou ao ponto de, para
evitar a bancarrota, termos de pedir ajuda! E não foi a primeira vez que, por
eles, tivemos de o fazer.
Temo bastante que, em
consequência, o já chamado “efeito Hollande” não seja a “libertação” que muitos
esperam mas, antes, um fracasso a que as circunstâncias possam obrigar. Como
não sou masoquista também, quem me dera que Hollande tivesse razão e o Estado
Social que nos satisfaz as necessidades mais prementes da vida passasse a ser um
modo seguro e não artificial para viver o futuro. Mas também não credito em
milagres destes que tudo me indica não serem possíveis neste mundo em que
vivemos.
Seja como for, não será fácil
prever o que nos trarão os próximos meses ainda que, a mais longo prazo, eu
creia que as coisas não vão correr ao jeito que tanto capitalistas como
socialistas esperam, porque o “crescimento económico” também não será o que,
para isso, teria de ser.
Muitos esperam que a vitória de
Hollande beneficie Portugal, coisa na qual não deposito quaisquer esperanças
porque muito mais do que isso será necessário para colocar Portugal no rumo de
um futuro diferente daquele que lhe imprimiram os que acreditaram no milagre da
multiplicação dos pães em vez de fundarem o futuro nas bases sólidas do
trabalho e do esforço próprios, atitudes que não há ajuda que possa dispensar.
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