Mais uma vez me afastei uns dias desta barafunda. Fui até à
minha Serra, deliciei-me com as suas belezas, com a pureza da sua água, com a leveza do seu ar, com a frescura da sua terra e com a força da sua Natureza
que parece irromper de todos os lados.
Enquanto lá, decidi não ler ou escutar notícias. Retirei-me,
mesmo, deste bulício que é o “diz-que-diz mas não diz, faz-que-faz mas não faz”
e, sobretudo, destes fazedores de opinião pagos para dizerem qualquer coisa que
preencha os dilatados tempos mortos das TVs e, também, dos oráculos que tudo
sabem mas nada alguma vez provaram serem capazes de fazer. Razão tinha quem
disse não precisarmos de quem saiba mais mas de quem faça melhor. Mas enfim, se
lhes pagam bem e têm audiência…
Para lá e para cá, passei naquela A23 que já foi “sem custos
para o utilizador” e agora mais parece uma floresta de apitos que vão alertando
que mais um euro e tanto foi acrescentado à conta da travessia. Mal tinha saído
da A1 que, até ao desvio para Torres Novas, me custou seis euros e já, pouco
para lá de Abrantes, a conta da A23 superava aquele valor! Bem sei que não é barato
ter uma auto-estrada só para nós mas, mesmo assim, parece-me caro demais. Insuportavelmente
caro para quem dela tenha mesmo necessidade de se servir.
Um amigo quis ensinar-me como, tirando partido da estrada
que corre perto, se podia evitar a maioria daqueles inestéticos pórticos
sonoros mas, viajando sozinho, preferi fazer a viagem o mais breve possível e
lá me deixei espoliar…
É uma tristeza olhar para aquela via quase deserta, o que
nos faz pensar por que estará ali. Assim como tantas outras que fazem da rede
de auto-estradas nacional uma das mais densas do mundo, mas sem movimento que
as justifique! Então o que as terá justificado?
No regresso sempre vejo aquele alguém ali deitado, de
barriga para o ar, como se estivesse na praia, apanhando banhos de sol e
gozando os rendimentos. Será que acordará um dia?
Chegado aqui, as novidades eram que tinha sido encontrado, no
cacifo de um deputado do PS onde fora misteriosamente colocado, um documento
em que um dado juiz do Tribunal de Contas “arrasava” a notícia de que esta
entidade teria encontrado irregularidades graves nas informações dos pedidos de
“visto” para a construção de seis auto-estradas, as quais levaram à sua concessão
indevida. Ao que o TC respondeu com a informação de que o documento que iria
ser publicado teria sido aprovado por unanimidade! Além disto, o “caso Relvas”
continuava na ordem do dia, com alguns “barões” do PSD a reclamarem mais a
cabeça do ministro do que a própria oposição. Um caso muito nebuloso que,
nitidamente, estava a ser aproveitado para preencher o vazio de ideias e a vulgaridade em que a vida política deste Portugal se tornou.
E pouco ou nada mais que valesse a pena.
E pouco ou nada mais que valesse a pena.
Uma tristeza!
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