Se de Miguel Relvas oiço falar de dúvidas, de suspeições, de
nebulosas, já do anterior governo e das Estradas de Portugal oiço falar de
certezas, de tenebrosas certezas de contratos paralelos sonegados ao Tribunal
de Contas para que este visasse os contratos de seis vias que custaram e custam
muito dinheiro a mais, o que torna mais dura esta austeridade que tanto nos faz
sofrer. Não se trata de coisa pouca mas de muitas centenas de milhões que,
juntos a tantos que nos levaram à exaustão financeira e à tutela de uma troika
e a um governo sobre os quais é fácil lançar todas as culpas, nos faz temer
novas surpresas que mais afundam o buraco já enorme em que estamos metidos.
Mas nada disto trava a verborreia do “homenzinho da máscara”
que lá continua, imperturbável, a iludir os incautos quanto ás
responsabilidades pelo mau momento que vivemos, falando de nebulosas que mais
não são do que a fumaça com que tenta encobrir os maus actos de gestão do governo
de que fez parte!
Há uma questão grave que terá de ser esclarecida. A das “secretas”
que levou gente “insuspeita” a tentar ligar este governo aos escândalos que
demasiadas negligências consentiram.
E quando as grandes questões que a oposição agita para confrontar
o governo nada têm a ver com os problemas que afectam Portugal e os
portugueses, só podemos concluir que algo vai mal neste país onde,
infelizmente, teremos de reconhecer que se continuam a colocar interesses
pessoais e partidários acima dos interesses do país!
Não me compete fazer a defesa de Relvas nem, sequer, tenho
modo de o fazer, mas ainda não encontrei, em tudo quanto se diz, razões sérias para formar uma culpa
que faça valer a pena o tempo que, com isso, se está a perder.
Já quanto ás responsabilidades do anterior governo, vejo
adensarem-se as razões para um julgamento mais sério e mais profundo que
esclareça as responsabilidades das irregularidades que, tudo leva a crer, cometeu.
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