ACORDO ORTOGRÁFICO

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sábado, 2 de janeiro de 2016

UM REGIME SEMI



Ouvi ontem os primeiros frente-a-frente entre candidatos a Presidente da República, nos quais, com toda a franqueza o digo, nada escutei de interessante entre as frases sincopadas de Tino de Rans e os ritmados esgares ridentes de Maria de Belém.
Talvez fosse assim porque os debates ainda estão a começar e, como é normal acontecer, há sempre um período de aquecimento antes do jogo a sério começar.
Sim, eu disse “jogo” porque é disso que se trata nestes encontros que bem poderiam dizer-se de “politbol” cujos resultados são, depois, analisados por “especialistas” que decidem quem ganhou ou quem perdeu!
Evidentemente, também como em outros "jogos" os "árbitros" tem o seu modo próprio de lidar com os regulamentos, conforme a cor das lentes dos óculos que usam para os ler, o que complica a questão. Mas como são vários, decide-se por maioria. Interessa lá onde esteja a razão?
Por isso, até já preparei uma tabela classificativa, para o que adoptei o critério de pontos habitual de 3-1-0, para vitória, derrota ou empate. Não me apeteceu estar com invenções, pronto!
Não que espere que estes debates me esclareçam para, com base neles, formar a minha decisão de em quem irei votar, porque até já decidi (!!!) mas vou ouvi-los para, depois, me entreter a comparar o que farão com o que disseram. E será então que saberei a verdade das suas intenções que agora disfarçam em respostas serpenteantes que, cuidadosamente, passam ao lado das questões sem lhes tocar, nem ao de leve.
Ideia novas, não dei conta de nenhumas.
De assuntos mais do que importantes para o futuro de todos e, até, para o futuro da Humanidade, não dei conta de que fosse aflorado algum.
O que me não surpreende porque nem sei se o Presidente da República precisa de ter ideias. E se as tiver para que servirão?
Ainda não entendi muito bem o que seja uma República semi-presidencialista, tal como deixei de entender muito bem qual é o verdadeiro poder executivo com esta nova fórmula pela qual decidirá aquele de quem e conforme o assunto em causa dependa, na Assembleia da república, a maioria a cada momento.
Será, por isso, um regime semi-executivo este novo que se constituiu.
E como, na Assembleia da República, os que têm a pretensão de nos representar são, mais ou menos, sempre os mesmos, porventura por serem julgados os únicos inteligentes deste país que fazem o frete de estar ali sem perturbar outras actividades que têm ou para as quais são solicitados, sem dúvida por serem os melhores, nem se desembaraçarem dos interesses que já tinham, eu diria tratar-se de um regime semi-parlamentar porque dedicação total, como deveria ser, sem excepções, apenas existe para os que mais nada têm para fazer e chegaram ali porque chegou a hora pela qual tanto lutaram. Depois de algum tempo também aprenderão, demarcarão os seus espaços e chegará, então, a vez de outros "rapazes" terem lugar no Parlamento!
Mas agora é do "semi" Presidente que se trata.


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