A
campanha eleitoral para a presidência da República não tem sido muito
interessante e, a menos aquele público que julga ter o Presidente poderes que,
de facto, não tem ou que pode fazer o que não pode, são poucos aqueles em que
desperta muita atenção.
Será
porque os candidatos não têm qualidade, como alguém já afirmou ou, como eu
disse num outro texto que escrevi, será, sobretudo, porque neste “semi” sistema
político em que vivemos o papel do Presidente da República pouco passa de verbo
de encher a que nem a “bomba atómica” que lhe permite dissolver a Assembleia da
República dá grande poder?
Que
poderia esperar-se de muito especial nos discursos dos numerosos candidatos que,
desta vez, se julgam os melhores para livrar este país dos danos causados pelas
incompetências que o gerem, de preocupantes perspectivas de um futuro difícil, da
total incompreensão de uma realidade em que a economia da abastança é uma
utopia irrealizável, sem as mínimas condições para o fazer?
Não
haverá, por isso, muito para dizer sobre uma corrida sem linha de partida e com a
meta no desejado Palácio de Belém, sobre discursos vazios de conteúdo, sobre
esta desobriga constitucional de preencher um lugar feito para quase nada.
E
se mesmo esse pouco que, apesar de tudo, pode ser importante, não for
sabiamente aproveitado, como o não tem sido e, em vez disso, se tornar na
muleta do governo como os apoios partidários aos concorrentes pretendem que
seja e algumas vezes já foi, jamais entenderei o por que desta maçada de ir
votar mais uma vez!
Mas
irei.
Não
será agora que interromperei o cumprimento de um dever cívico que iniciei bem
antes do 25 de Abril, quando, pelo papel que levávamos na mão se sabia no que
iríamos votar, o que a maioria dos vanguardistas de agora não fez!
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