Quando
uns dizem que 2016 poderá ser um ano trágico (Loureiro dos Santos), alguém
afirma que uma percentagem considerável de líderes mundiais está louca (Barak
Obama) e outros se preocupam com a saúde das democracias nacionais neste ano
que chegou (António Vitorino), é com a mais profunda sinceridade que a todos
desejo saúde, muitas venturas, sucessos sem fim, paz e amor neste ano novo que chegou
e, do fundo do coração, lhes envio os meus mais sentidos votos de um futuro
feliz, como se as badaladas da meia noite tivessem sido o ranger de uma pesada porta
que se fecha sobre o pouco amado ano que findou, para que, assim e para sempre,
fique trancado, esquecido na cela escura e bafienta onde merecem passar seus
dias os que trouxeram dor às nossas vidas.
Lamento
que não seja esta a realidade e que o futuro tampouco dependa destes votos que
uns aos outros vamos fazendo, ou até dos esforços a que cada um de nós se possa
entregar, porque por outras razões acontece, por outras vontades é controlado e
por outros propósitos moldado.
E vamos
vivendo, ano após ano, nesta ilusão de poder e de liberdade até que algo mais
forte lhe ponha um fim como, por certo, lho porá a Natureza que não suportará muitas
mais imbecilidades desta “pérola da criação” que é o idiota que se julga dono
daquilo sem o que não existe e, por isso, não passa do ídolo com pés de barro
de quem se pode ter medo mas se não respeita, porque a si próprio o não faz!
De
nada adiantam as ilusões que alimentamos, as drogas em cujos delírios
procuramos a felicidade que sem elas não sentimos, os mitos em que diluímos as
nossa preocupações, as multidões em que queremos perder-nos para passar
despercebidos de uma realidade dura que, apesar disso, sempre nos encontrará!
Será
preciso muito mais do que até os mais esclarecidos afirmam ser preciso e, sobretudo,
dizer não a esta loucura em que vivemos se quisermos evitar as tragédias que
uns temem, as consequências das loucuras que outros dizem estar possuída a
maioria dos dirigentes mundiais se quisermos, finalmente, viver numa sociedade
sã e justa como não há democracia que produza se, em vez de razão, continuar a
ser a ilusão que é agora.
Por
tudo isto, o meu voto mais sentido é que a Humanidade encontre, a tempo, o
caminho que a afaste do precipício do qual, a passos cada vez mais rápidos, se
aproxima.
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