ACORDO ORTOGRÁFICO

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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

SEMPRE A ETERNA DÚVIDA...

Conta-se que, um dia, alguém chegou ao pé de um amigo a quem a mulher era infiel, contando-lhe o que se passava. Disse-lhe, até, onde os atos de infidelidade tinham lugar e em que dias. Mais ainda, indicou ao amigo de onde os poderia observar e, deste modo, confirmar o que lhe dissera.
Por isso, em dia e hora adequados, o “enganado” ficou de plantão até ver a mulher chegar acompanhada de um homem com quem se dirigiu ao local onde lhe fora dito que as coisas aconteciam. Atento, o homem viu os dois entrarem num quarto, despirem-se e, depois, fecharem a janela! Sem ter conseguido a prova definitiva da infidelidade da mulher, o homem voltou noutro dia e noutro ainda, mas sempre as coisas se passaram do mesmo modo. Desesperado, o homem desabafou: “bolas, sempre a eterna dúvida!” E assim resolveu por termo à investigação.
Foi desta velhíssima história que me lembrei quando ouvi o resultado de um julgamento em que alguém era acusado do rapto do infelizmente famoso Rui Pedro desaparecido há muito tempo, tanto que consumiu a vida de uns pais inconformados mas que poderiam, agora, ver condenado quem, como tudo parecia indicar, lhes desviou o filho e lhes tornou a vida num inferno.
Deu o Tribunal como provado que o acusado aliciou o rapaz e o transportou no carro para ir ter um encontro com uma prostituta cujo depoimento, contudo, foi julgado de credibilidade duvidosa, talvez pelo modo como ela ganha a vida, porque o rapaz que lhe foi trazido poderia ser um outro qualquer que não o Rui Pedro!!!
E, deste modo, o Tribunal considerou insuficientes as provas contra quem estaria envolvido no desaparecimento de um miudo de 11 anos por quem os pais choram há quase 14 anos!
Parece-me uma história fantástica, mas foi assim que a ouvi.

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