ACORDO ORTOGRÁFICO

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terça-feira, 28 de março de 2017

A CIMEIRA DA EUROPA DOS SESSENTA ANOS



(1957 - assinatura do Tratado de Roma)


A ideia de uma “Europa” como um todo que superasse as divergências que, constantemente, nela geravam conflitos e, ao mesmo tempo, lhe pudesse trazer vantagens económicas, nasceu, decerto, das melhores intenções de um punhado de “Homens de Estado” com visão do futuro que não tiveram dúvidas quanto à necessidade de fazer dela um espaço geo-político que pudesse competir com os “monstros” que a Segunda Guerra Mundial criou e se envolveram, logo de seguida, numa guerra fria que, a qualquer momento, a poderia envolver, com consequências maiores do que o passado já tivera.
Mas, em vez de se unir, a “Europa” foi crescendo sem controlo, avançando por caminhos que ia deixando esburacados e hoje, perante os diversos bolcos criados no mundo, a Europa continua a “manta de retalhos”, sem regras que a unidade impõe para que o seja, sem o espírito de cooperação que faça uma “União” existir, sem superar os traumas vindos do passado nem entender a diversidade dos povos que a habitam.
Não é este um lugar para falar da génese de uma Europa que não consegue sê-lo mas à qual as circunstâncias vêm mostrando que tem de se decidir a sê-lo ou a soçobrar perante outras forças que a dominarão.
Foi por isso que, a propósito do 60º aniversário do Tratado de Roma que foi o seu começo, os vários chefes de governo se reuniram e chegaram à conclusão de que a Europa teria de se fortalecer ao longo dos próximos 10 anos!
Como tantas vezes se diz, gostaria de ter sido mosca que por ali pudesse andar para escutar os lugares-comuns debitados em tão magna reunião que, pelo comunicado a que deu lugar, em tudo se parece com tantas “cimeiras da terra” para a livrar dos males da degradação ambiental que a “civilização” cada vez mais produz e que bem pode encaminhá-la para o seu fim.
E no habitual “retrato de família” dos “poderosos” reunidos em Roma, são bem visíveis os sorrisos alvares de quem quer mostrar ter salvo a Europa com um comunicado idiota que mais não fez do que entrega-la à sua triste condição de um grupo de “comadres hipócritas” que, fingindo cooperar, cada uma defende, o melhor que pode, os seus interesses.
Por isso melhor será reter a imagem dos que, cientes das dificuldades do futuro, tentaram que a Europa se preparasse para ele.
São eles que merecem passar à História, mas não tiveram, nem têm, continuadores  que valham a pena.

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