(1957 - assinatura do Tratado de Roma)
A ideia
de uma “Europa” como um todo que superasse as divergências que, constantemente,
nela geravam conflitos e, ao mesmo tempo, lhe pudesse trazer vantagens
económicas, nasceu, decerto, das melhores intenções de um punhado de “Homens de
Estado” com visão do futuro que não tiveram dúvidas quanto à necessidade de
fazer dela um espaço geo-político que pudesse competir com os “monstros” que a
Segunda Guerra Mundial criou e se envolveram, logo de seguida, numa guerra fria
que, a qualquer momento, a poderia envolver, com consequências maiores do que o
passado já tivera.
Mas, em vez de se unir,
a “Europa” foi crescendo sem controlo, avançando por caminhos que ia deixando
esburacados e hoje, perante os diversos bolcos criados no mundo, a Europa
continua a “manta de retalhos”, sem regras que a unidade impõe para que o seja,
sem o espírito de cooperação que faça uma “União” existir, sem superar os
traumas vindos do passado nem entender a diversidade dos povos que a habitam.
Não
é este um lugar para falar da génese de uma Europa que não consegue sê-lo mas à
qual as circunstâncias vêm mostrando que tem de se decidir a sê-lo ou a soçobrar
perante outras forças que a dominarão.
Foi
por isso que, a propósito do 60º aniversário do Tratado de Roma que foi o seu
começo, os vários chefes de governo se reuniram e chegaram à conclusão de que a
Europa teria de se fortalecer ao longo dos próximos 10 anos!
Como
tantas vezes se diz, gostaria de ter sido mosca que por ali pudesse andar para
escutar os lugares-comuns debitados em tão magna reunião que, pelo comunicado a
que deu lugar, em tudo se parece com tantas “cimeiras da terra” para a livrar
dos males da degradação ambiental que a “civilização” cada vez mais produz e que
bem pode encaminhá-la para o seu fim.
E
no habitual “retrato de família” dos “poderosos” reunidos em Roma, são bem
visíveis os sorrisos alvares de quem quer mostrar ter salvo a Europa com um
comunicado idiota que mais não fez do que entrega-la à sua triste condição de
um grupo de “comadres hipócritas” que, fingindo cooperar, cada uma defende, o
melhor que pode, os seus interesses.
Por
isso melhor será reter a imagem dos que, cientes das dificuldades do futuro,
tentaram que a Europa se preparasse para ele.
São
eles que merecem passar à História, mas não tiveram, nem têm, continuadores que valham a
pena.
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