Quando
temos pela frente um futuro cheio de problemas que poderemos, ou não, ser
capazes de resolver, problemas cujos efeitos dia a dia se tornam tão evidentes
e tão graves que os homens de Ciência começam a temer que possam por em sério risco
a própria Humanidade, enquanto os políticos se preocupam em fazer crer que o
futuro vai ser risonho mostrando uns indicadores que, afirmam, são a prova
irrefutável do futuro risonho de que nos aproximamos, por mais que tanta coisa
nos faça ver que assim não é, vamos arranjando outras questões para discutir ao
pormenor, como que esperando que o tempo resolva aquelas que nós não somos capazes
ou não estamos dispostos a resolver.
Mas
lá diz o ditado que há coisas que nem o tempo resolve…
O Caso
Marquês, aquele que faz de Sócrates o “inimigo público número um”, é o que nos
toma mais tempo, dá origem a mais discussões mais ou menos complicadas, com
argumentos demasiado rebuscados, nos quais, por vezes, não chego a entender se
é a lei ou é a realidade o que comanda a conduta que devemos adoptar.
Já
nem vejo, sequer, colocar a questão de Sócrates ser ou não ser culpado dos
crimes de que é suspeito, pois creio que pouca gente haverá que, com o que vai
sabendo através do que escorre de um de segredo de justiça esburacado, ainda lhe dê algum
crédito de dúvida. Por isso, são os prazos de investigação, se são legais ou
não, aquilo que se discute.
Oiço dizer que são longos, mas
ainda os não vi comparados com o tempo ao longo do qual os alegados crimes
foram cometidos, medidos em anos e disfarçados com elogios e reverências a
gestores de topo que se diz neles participaram mas que, quem sabe, talvez não passem de charlatães.
É
assim a modos que um jogo do gato e do rato com prazo marcado que, se esgotado
sem o gato agarrar o rato, faz do gato um banana e do rato um herói, mesmo que
tenha comido o nosso queijo todo!
Todos
nos lembramos de já terem, entre nós, acontecido casos assim. E, pelos vistos,
continuam a acontecer…
Todos
sabemos que são casos graves de corrupção que estão em jogo, milhões dos quais,
indevidamente, alguns se apropriaram, negócios que enriquecem outros mas que
nós teremos de pagar pelos prejuízos que deram ao país ou pelos rombos que
fizeram na Caixa que, também, é nossa!
E
não se mudaria o discurso desde há muito tempo, com o suspeito a tentar inverter o
entendimento das coisas, como é comum em casos assim, se não aparecesse Marinho
e Pinto com uma conversa diferente mas incompleta, na qual, depois de perguntar
durante quanto tempo alguém pode ser investigado, diz que, neste caso, “o prazo deste
inquérito será ou "a prescrição dos crimes ou então morrerem os
suspeitos".
Na
opinião de Marinho e Pinto, ainda não houve acusação porque não há provas, mas
que vai haver uma acusação para salvar a face da Justiça. É o pior que pode
acontecer", antevê, admitindo, no entanto, "desconfiar muito" da
inocência de Sócrates.
Faltou
a Marinho e Pinto, um experimentado jurista e advogado, dizer-nos por que não é
a Justiça capaz de demonstrar aquilo que aos olhos de todos, mesmo aos dele, já
se tornou evidente!
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