ACORDO ORTOGRÁFICO

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sábado, 18 de março de 2017

CORRUPÇÃO, UM JOGO DO GATO E DO RATO



Quando temos pela frente um futuro cheio de problemas que poderemos, ou não, ser capazes de resolver, problemas cujos efeitos dia a dia se tornam tão evidentes e tão graves que os homens de Ciência começam a temer que possam por em sério risco a própria Humanidade, enquanto os políticos se preocupam em fazer crer que o futuro vai ser risonho mostrando uns indicadores que, afirmam, são a prova irrefutável do futuro risonho de que nos aproximamos, por mais que tanta coisa nos faça ver que assim não é, vamos arranjando outras questões para discutir ao pormenor, como que esperando que o tempo resolva aquelas que nós não somos capazes ou não estamos dispostos a resolver.
Mas lá diz o ditado que há coisas que nem o tempo resolve…
O Caso Marquês, aquele que faz de Sócrates o “inimigo público número um”, é o que nos toma mais tempo, dá origem a mais discussões mais ou menos complicadas, com argumentos demasiado rebuscados, nos quais, por vezes, não chego a entender se é a lei ou é a realidade o que comanda a conduta que devemos adoptar.
Já nem vejo, sequer, colocar a questão de Sócrates ser ou não ser culpado dos crimes de que é suspeito, pois creio que pouca gente haverá que, com o que vai sabendo através do que escorre de um de segredo de justiça esburacado, ainda lhe dê algum crédito de dúvida. Por isso, são os prazos de investigação, se são legais ou não, aquilo que se discute.
Oiço dizer que são longos, mas ainda os não vi comparados com o tempo ao longo do qual os alegados crimes foram cometidos, medidos em anos e disfarçados com elogios e reverências a gestores de topo que se diz neles participaram mas que, quem sabe, talvez não passem de charlatães.
É assim a modos que um jogo do gato e do rato com prazo marcado que, se esgotado sem o gato agarrar o rato, faz do gato um banana e do rato um herói, mesmo que tenha comido o nosso queijo todo!
Todos nos lembramos de já terem, entre nós, acontecido casos assim. E, pelos vistos, continuam a acontecer…
Todos sabemos que são casos graves de corrupção que estão em jogo, milhões dos quais, indevidamente, alguns se apropriaram, negócios que enriquecem outros mas que nós teremos de pagar pelos prejuízos que deram ao país ou pelos rombos que fizeram na Caixa que, também, é nossa!
E não se mudaria o discurso desde há muito tempo, com o suspeito a tentar inverter o entendimento das coisas, como é comum em casos assim, se não aparecesse Marinho e Pinto com uma conversa diferente mas incompleta, na qual, depois de perguntar durante quanto tempo alguém pode ser investigado, diz que, neste caso, “o prazo deste inquérito será ou "a prescrição dos crimes ou então morrerem os suspeitos".
Na opinião de Marinho e Pinto, ainda não houve acusação porque não há provas, mas que vai haver uma acusação para salvar a face da Justiça. É o pior que pode acontecer", antevê, admitindo, no entanto, "desconfiar muito" da inocência de Sócrates.
Faltou a Marinho e Pinto, um experimentado jurista e advogado, dizer-nos por que não é a Justiça capaz de demonstrar aquilo que aos olhos de todos, mesmo aos dele, já se tornou evidente!

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