Está
na ordem do dia a questão da já longa duração da investigação no Caso Marquês
que envolve, além de José Sócrates, outras individualidades, todas elas, simultaneamente
em situações de muito poder e que são suspeitos de práticas dolosas muito
graves para as finanças e para a economia do país. Quer dizer, para todos nós!
Há
quem defenda, a começar pelo próprio ex-Primeiro Ministro, logicamente, que tal
não faz sentido ou que é, mesmo, ilegal, prolongar tanto o prazo de
investigação sem apresentar provas e, em consequência, deduzir uma acusação ou
arquivar o processo.
Dentre
os que opinam, parece mais frequente a ideia de que num caso tão complexo, as
provas são mais difíceis de obter, sobretudo pela facilidade com que, nas
práticas financeiras actuais, o dinheiro “viaja” rapidamente pelo mundo para se
esconder em off-shores manhosos. Por isso a investigação necessita de muito
tempo.
O “crime”
dispõe, agora, de instrumentos sofisticados para iludir a investigação ou, pelo
menos, para a tornar muito mais difícil e demorada.
No
Caso Marquês, a evolução da investigação tem trazido à tona, sucessivamente, novos
factos e novos actores, o que mostra como podem ser complexos e elaborados os
procedimentos criminosos sob investigação.
Os
suspeitos, alguns deles pessoas antes muito consideradas e que, pelos méritos
que já lhes tinham sido publicamente reconhecidos, estariam para além de
quaisquer suspeitas, são poderosos homens da Banca, gestores, empresários e
homens de negócios e vão surgindo uns após outros. Com eles, novos factos vão aparecendo
também, dando a ideia de que quanto mais se investigar mais se encontrará. Pode
ser…
Então,
é caso para perguntar se deve a investigação quedar-se em qualquer momento
pré-definido, seja por qual razão for e sem ir até ao mais fundo da questão ou
se, leve o tempo que levar e desde que as circunstâncias o justifiquem, deverá
prosseguir até ao esclarecimento total ou bastante para que, sem peso na
consciência nem dúvidas na sociedade, o caso possa ser arquivado ou haver uma
acusação.
Não seria a primeira vez que, mesmo com a consciência formada de terem sido praticados crimes, se vê a Justiça patinar e, mesmo com provas diante de seus olhos, diante dos olhos de toda a gente, deixa livres os criminosos por esta razão ou por aquela.
É hora de acabar com a truculência que cerceia a Justiça. É hora de a Justiça se impor.
Não seria a primeira vez que, mesmo com a consciência formada de terem sido praticados crimes, se vê a Justiça patinar e, mesmo com provas diante de seus olhos, diante dos olhos de toda a gente, deixa livres os criminosos por esta razão ou por aquela.
É hora de acabar com a truculência que cerceia a Justiça. É hora de a Justiça se impor.
Por
isso, não concordo que o polícia deixe de correr atrás do suspeito que persegue,
porque lhe faltou o fôlego ou o mandaram parar!
E
para terminar uma pergunta: não deve a acusação ser feita apenas depois de
concluída a investigação? Então por que tantas lamentações por ainda não ter
sido ainda feita?
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