Não
sou um apaixonado por esses acordos minimalistas, tantos que eles já são, para reduzir
os efeitos da actividade económica humana sobre o clima que, agora já sem
dúvidas de qualquer espécie, apresenta alterações bem marcadas e que, temem os
cientistas, podem, em breve, atingir uma situação irreversível e catastrófica.
A
situação é demasiadamente grave para ser tratada com “paninhos quentes” e as
decisões deveriam ser de modo a conduzir a atitudes drásticas que acautelassem
os perigos enormes que nos esperam.
Os
políticos andam nisto, neste fingimento de preocupação há muitas dezenas de
anos e houve, até, uma reunião que, reconhecida a gravidade da situação, se
chamou a Cimeira da Terra. Aconteceu no Rio de Janeiro em 1992 e deveria ser o
momento de viragem da atitude da Humanidade que, descuidadamente, destruía o
Ambiente de que necessitava para continuar a existir.
Aconteceu
20 anos depois da primeira conferência sobre Ambiente, em Estocolmo em 1972.
A
partir de então, a importância da situação assim o justificava, passaram a
realizar-se conferências anuais organizadas pelas Nações Unidas, nas quais se
discutem os efeitos das alterações climáticas e medidas para as combater. Chamadas
COP, sigla que significa conference of the parties (Conferência das Partes),
reúnem todos os anos os 195 países que assinaram e ratificaram a Convenção
Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas.
A
partir da Cimeira do Rio, o sistema climático foi reconhecido como um recurso pertencente
a todos e cuja estabilidade pode ser afectada por actividades humanas.
Em
Novembro de 2015 teve lugar, em Paris, a 21ª COP, da qual saiu o famoso ACORDO
DE PARIS que tem por objectivo controlar as emissões de gases com efeito de
estufa, de modo a não exceder um aumento de 2ºC acima da temperatura média anterior
à era industrial, a qual, neste momento, se encontra já 1ºC mais elevada.
É
evidente que nunca acreditei nas decisões tomadas. Foi isso o que escrevi por
mais de uma vez e hoje repito porque estou convencido de que pouca gente está consciente
dos perigos que corre e, sobretudo, dos perigos a que deixa expostos os seus
filhos.
Também
não acredita Trump, mas por outras razões, que começou por considerar o acordo
de Paris como uma artimanha da China para prejudicar a actividade económica dos
Estados Unidos e, por isso, iria rasgá-lo!
Agora,
passados 100 dias após a sua tomada de posse, reconhece que governar um país
como seu não é o mesmo que fazer os seus negócios do costume, porque se trata
de algo bem mais sério. Mas considera estes 100 dias, na verdade apenas
preenchidos por polémicas, muito produtivos e afirma agora que, afinal, vai
manter-se no Acordo de Paris que pretende renegociar porque tolhe a actividade
económica (mas que surpresa! O homem é mesmo inteligente) e beneficia o maior
poluidor, a China!
Enfim,
não creio que valha a pena falar mais disto porque, como é dos livros, só vai
aprender quando bater com a cabeça na parede.
O
pior é que bateremos todos, mesmo os que já entenderam.