Tantas
vezes pensei que os jornalistas se deveriam preocupar mais com as coisas boas
que acontecem, fazerem delas, mais do que das desgraças, a principal razão de
ser das notícias que publicam, das investigações que fazem.
Mas,
vistas bem as coisas, talvez não conseguissem material para preencher o papel
de um pequeno jornal, quanto mais de tantos que se publicam, porventura quase
sem utilidade.
Na
realidade, depois de lido o jornal, seja ele qual for, pouco tempo nos ficará
na memória grande coisa do que lemos e poucos serão os temas que se nos revelam
de interesse.
Mas
lemo-lo pelo gosto mórbido que as desgraças despertam.
Falo
da chamada comunicação social generalista que pouco difere das conversas de
comadres ou das conversas de café que mais não fazem do que dizer mal de
qualquer coisa ou de alguém ou apenas servem para preencher os momentos de ócio,
esquecer as horas de trabalho duro ao longo do dia.
Mas
apesar de ser assim, do interesse menor que cada vez mais revela, a comunicação
social, escrita ou falada (na televisão, obviamente) cresceu e continua a crescer
sem que veja nela o interesse social que deveria ter porque jamais se ocupa das
questões mais importantes que os novos problemas colocam à Humanidade e cada
vez mais se iludem quanto às razões que os geram.
Bastará
atentarmos no modo breve e revelador de ignorância com que, por vezes, se
referem aos novos conhecimentos científicos sobre a realidade em que vivemos
aos quais mal dedicam atenção, se é que os compreendem ou lhes interessam.
E
para que a cereja ficasse bem destacada no topo do bolo, a maior potência e
economia mundial é agora comandada por alguém para quem a Ciência, porventura a
China também, é a mãe de todos os males, estando a salvação na continuação dos
erros praticados. Sinal de como a política é ignorante também, uma ignorância
que se ignora e, por isso, é tão perigosa.
Cada
vez mais se cuida da carne que brevemente apodrecerá, em vez de cuidar das
coisas do que será eterno.
A
cada dia que passa, o Homem mais se reduz ao homenzinho passageiro desta nave
já arrombada na qual viajamos pelo Tempo.
E
de pouco valerá explicar mais a quem esteja decidido a não compreender ou,
sequer, ouvir.
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