O
princípio da acção e da reacção, também conhecido pela terceira lei de Newton,
não é um conceito simplesmente físico que se aplica ao mundo das forças que se
geram no deslocamento de corpos, que fazem subir foguetões, aviões ultrapassar
a barreira de som.
Na
verdade, podemos verifica-lo nas nossas próprias atitudes, quando reagimos ao
que sentimos, seja uma alegria, uma dor ou um desaforo!
Em
cada caso temos a nossa inércia própria, a paciência ou a indiferença que as
acções nos causam, até não ser mais possível evitar reagir.
É
assim com tudo na vida e, se assim é, é-o na política também.
E
a reacção teria de acontecer, está a acontecer com uma força que talvez venha a
dominar o mundo até o mundo perceber de que, também não é por ali o caminho,
porque o caminho se faz quando as forças se conjugam, não quando se opõem ou
dispersam.
A
globalização que faria a Terra de todos como, de facto, deveria ser, acabou por
ser o grande lago onde cada um pesca o mais que pode, mesmo que alguns não pesquem
nada e morram de fome! E se afogados, preferirão alguns.
Tornou-se
a força que cavou fossos profundos entre os Homens, apesar de, como todos
gostam de dizê-lo, nascerem todos iguais, com os mesmos direitos. Mas por onde
anda esta verdade?
E
não são as artimanhas que nos levam a crer que tudo pode melhorar, como pretendem
demonstrar-nos com números e estatísticas que apenas tentam disfarçar a
verdade, ou, como também alguém o faz, dizendo que a exiguidade, apesar de cada
vez maior e mais evidente, não passa de uma cabala montada por outros para nos
prejudicar.
E,
assim, a América é de Trump, como a Rússia já era de Putin, a Turquia se tornou
de Erdogan, a China é do partido Comunista Chinês e aquela ilha que a Mancha separa do
Continente Europeu continua a ser dos ingleses que subjugam galeses, escoceses
e irlandeses. Como a França pode vir a ser da Marine, também.
E
novo ciclo vai começar, com os fartos a decidir pelo coração e os cínicos
interesseiros a tentar manter as muralhas do castelo que construíram e estão
prestes a ruir.
É
agora, também, a era dos muros que Israel, a Hungria, Trump e outros vão construindo
e querem reforçar. Assim como há, ou houve, muros que, mesmo derrubados,
persistem na saudade dos que pretendem, de novo, construí-los.
Poderei
ficar admirado se estivermos fartos de políticos que nos enganam, de poderosos
que nos espoliam, de ignorantes interesseiros que nos governam e, por isso, se
façam escolhas desesperadas das quais se espera que mudem aquilo que a
inteligência não foi capaz de mudar?
Mas
as escolhas não se fazem em desespero. Fazem-se em consciência. E essa, por onde
anda?
Será
preciso um desastre para a encontrarmos?
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