ACORDO ORTOGRÁFICO

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sábado, 22 de abril de 2017

OUTRA VEZ A REGIONALIZAÇÃO. MAS QUAL?



Quem, porventura, siga este meu “jornal”, no qual tenho registado, ao longo de vários anos já, as reacções que me provocam certos acontecimentos, as críticas que me merecem algumas atitudes e onde expresso os meus desagrados e preocupações por tanta estupidez que acontece no mundo, sabe que sou a favor da regionalização como forma para administrar o país, promovendo a participação de todos e evitando as distorções e desequilíbrios que a governação que até hoje tem acontecido, tem provocado.
A regionalização é um assunto de que se fala há muito tempo e de que me lembro de ter participado em estudos e encontros diversos que a discutiram, analisaram os seus prós e contras mas, sobretudo, realçaram os benefícios que traria a um país como Portugal que, embora territorialmente tão pequeno, tem características tão diversas, com as quais ninguém parece saber lidar muito bem.
Os políticos portugueses têm medo de largar o naco, não vá o poder fugir-lhes...
Mas, como pelo fruto se conhece a árvore, não pode haver outra certeza senão a de que, do modo como este país tem sido administrado, não resultam grandes frutos. Está à vista de todos que a árvore está apodrecida.
Um “interior” empobrecido e em constante desertificação é a prova do que digo.
O referendo que, já lá vão não sei quantos anos, foi feito é, definitivamente, a prova mais evidente de se não querer ou não saber como regionalizar, tirando da regionalização os proveitos que pode dar.
Atrevo-me a dizer que é o desconhecimento mais parolo do que seja a regionalização.
Nunca consegui esquecer o disparate que foi o referendo feito, desde a proposta de regionalização apresentada até ao modo como foi discutida. Foi ridículo demais, tanto que não consegui, sequer, entender as perguntas que me faziam e não acredito que não tenha sido propositada a confusão que geravam.
Agora o PCP levanta, de novo, a questão da regionalização para o qual propõe um calendário, com diálogos entre municípios e partidos.
E mais uma vez me parece que a montanha vai parir outro rato peludo e de rabo comprido. Talvez uma ratazana!
Deveria o PCP começar por definir o que é a regionalização que pretende que se faça, bem como os objectivos que com ela pretende alcançar, pois é por aqui que se começam os projectos bem pensados e avaliados que não sejam meras aventuras.
Se é o desenvolvimento do país que está em causa, o melhor aproveitamento dos recursos naturais que se pretende e é único modo de aumentar os que ficam disponíveis para satisfação das nossas necessidades, então haverá muito trabalho para fazer, muito para conhecer e analisar, o que se não faz nos tais diálogos que o PCP propõe, sem o qual tudo não passará de uma repartição de território que tal como aquela em províncias, distritos e concelhos, não passou do que se vê. Funcionam os Concelhos que se formaram nem sei como e são tão desequilibrados como o é o país que, deste modo, jamais sairá da cepa torta! O resto não serve para nada!
Mas já dei para este peditório. Está escrito algures por aí.
Agora, vou esperar pelo que aconteça, do que sairá destas cabecinhas iluminadas que, como é hábito, escondem interesses estranhos em propostas que parecem generosas.


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