Quem,
porventura, siga este meu “jornal”, no qual tenho registado, ao longo de vários
anos já, as reacções que me provocam certos acontecimentos, as críticas que me
merecem algumas atitudes e onde expresso os meus desagrados e preocupações por
tanta estupidez que acontece no mundo, sabe que sou a favor da regionalização
como forma para administrar o país, promovendo a participação de todos e evitando
as distorções e desequilíbrios que a governação que até hoje tem acontecido,
tem provocado.
A
regionalização é um assunto de que se fala há muito tempo e de que me lembro de
ter participado em estudos e encontros diversos que a discutiram, analisaram os
seus prós e contras mas, sobretudo, realçaram os benefícios que traria a um país
como Portugal que, embora territorialmente tão pequeno, tem características tão
diversas, com as quais ninguém parece saber lidar muito bem.
Os políticos portugueses têm medo de largar o naco, não vá o poder fugir-lhes...
Os políticos portugueses têm medo de largar o naco, não vá o poder fugir-lhes...
Mas,
como pelo fruto se conhece a árvore, não pode haver outra certeza senão a de
que, do modo como este país tem sido administrado, não resultam grandes frutos. Está à vista de todos que a árvore está apodrecida.
Um
“interior” empobrecido e em constante desertificação é a prova do que digo.
O
referendo que, já lá vão não sei quantos anos, foi feito é, definitivamente, a prova mais evidente de se não querer
ou não saber como regionalizar, tirando da regionalização os proveitos que pode
dar.
Atrevo-me
a dizer que é o desconhecimento mais parolo do que seja a regionalização.
Nunca
consegui esquecer o disparate que foi o referendo feito, desde a proposta de
regionalização apresentada até ao modo como foi discutida. Foi ridículo demais,
tanto que não consegui, sequer, entender as perguntas que me faziam e não acredito que não tenha sido propositada a confusão que geravam.
Agora
o PCP levanta, de novo, a questão da regionalização para o qual propõe um
calendário, com diálogos entre municípios e partidos.
E
mais uma vez me parece que a montanha vai parir outro rato peludo e de rabo
comprido. Talvez uma ratazana!
Deveria
o PCP começar por definir o que é a regionalização que pretende que se faça,
bem como os objectivos que com ela pretende alcançar, pois é por aqui que se
começam os projectos bem pensados e avaliados que não sejam meras aventuras.
Se
é o desenvolvimento do país que está em causa, o melhor aproveitamento dos
recursos naturais que se pretende e é único modo de aumentar os que ficam disponíveis
para satisfação das nossas necessidades, então haverá muito trabalho para
fazer, muito para conhecer e analisar, o que se não faz nos tais diálogos que o
PCP propõe, sem o qual tudo não passará de uma repartição de território que tal
como aquela em províncias, distritos e concelhos, não passou do que se vê.
Funcionam os Concelhos que se formaram nem sei como e são tão desequilibrados
como o é o país que, deste modo, jamais sairá da cepa torta! O resto não serve para nada!
Mas
já dei para este peditório. Está escrito algures por aí.
Agora,
vou esperar pelo que aconteça, do que sairá destas cabecinhas iluminadas que, como é hábito, escondem interesses estranhos em propostas que parecem generosas.
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